Conhecer ou redescobrir a figura do Apóstolo Pedro através da história, das artes e da cultura. Este é o objetivo do ciclo de quatro encontros intitulado "Lectio Petri" que acontecerá na Basílica do Vaticano de outubro a março. A iniciativa, promovida pela Basílica de São Pedro, a Fundação Fratelli Tutti e o Pátio dos Gentios, foi apresentada na quinta, 20 de outubro, na Sala de Imprensa da Santa Sé.
"Que a Basílica de São Pedro encontre o mundo e se abra para o mundo". Com este desejo, o cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica de São Pedro e vigário geral do Papa para a Cidade do Vaticano, apresentou nesta quinta-feira (20/10) o ciclo Lectio Petri que começará, com o primeiro de quatro encontros, na terça-feira, 25 de outubro, às 18h30.
O cardeal Gianfranco Ravasi, presidente emérito do Pontifício Conselho de Cultura e fundador do “Cortile dei gentili” (Pátio dos Gentios), comentará algumas das passagens mais significativas dos Evangelhos que descrevem o Apóstolo e sua vocação. O título do encontro é "A Vida de São Pedro. As sequelas, as lágrimas e o martírio". "Pedro", explicou o cardeal, "é uma figura fascinante e complexa, narrada desta forma nos Evangelhos, com suas fraquezas e fragilidades. Sua história está repleta de momentos diferentes, quase poderíamos defini-los como ’fases’, as mesmas que um crente pode passar hoje: a vocação, a crise que levou à traição, e depois a conversão e a reabilitação final. Ele é um personagem um tanto moderno que merece ser explorado em profundidade. Sua figura não é apenas a história de um canonizado, mas a de uma pessoa que arrasta consigo sua própria fraqueza".
Quatro encontros foram agendados até agora. Após o primeiro, também na terça-feira, 22 de novembro, haverá um diálogo entre um teólogo católico, um protestante e um ortodoxo sobre o tema do primado petrino. O tema desta reunião será: "Sobre esta pedra construirei minha Igreja".
A Lectio Petri de 17 de janeiro terá como tema "Dar razões à esperança que há em nós", o foco será a figura do Santo na história e na cultura. Mais uma vez o cardeal Ravasi falará, comentando as duas Cartas de Pedro e algumas passagens da Carta de Plínio, uma das mais antigas fontes que descrevem a vida dos primeiros cristãos. As conclusões serão confiadas ao professor Giuliano Amato, presidente emérito do Tribunal Constitucional italiano e presidente da Fundação Pátio dos gentios, com uma reflexão sobre a relação entre a fé e a sociedade.
"Pedro, cujo nome é o mais citado no Novo Testamento, depois do de Cristo", explica Ravasi, "foi um mediador entre as Igrejas judaico-cristã e pagã e, segundo o apóstolo Paulo, foi o primeiro testemunho oficial da ressurreição de Cristo, mas seu impacto não diz respeito apenas à fé e à tradição católica". Esta iniciativa é particularmente significativa precisamente por causa disto: cada encontro contribuirá com um aspecto diferente, um perfil diferente do apóstolo Pedro, na teologia, nas artes, na história e na cultura. Queremos nos dirigir aos crentes, mas também aos não crentes" A este respeito, o cardeal lembrou como Bernini, ao projetar as colunas da Praça de São Pedro, pretendia representar dois braços capazes de abraçar não só os católicos, mas toda a humanidade: a Basílica do Vaticano é, portanto, segundo o fundador do Pátio dos Gentios, "um lugar interreligioso e intercultural".
Concluindo os encontros, no próximo 7 de março, será a Lectio Petri "Quo vadis" com a contribuição de personalidades do mundo da cultura para contar como a figura de Pedro atravessou os séculos nas artes, literatura e música. "Começaremos com quatro compromissos, mas", revela o cardeal Gambetti, "gostaríamos de reapresentar ciclicamente estes Itinerários de Arte e Fé". Pedro é um missionário que deve ser cada vez mais conhecido: de fato, sua figura nos diz que o divino também pode se manifestar para o mundo através de nosso pobre testemunho".
Ao concluir, o cardeal comentou com satisfação os dados referentes à projeção, de 2 a 16 de outubro, sobre a fachada da Basílica "Segue-me. A Vida de Pedro": "Estamos completando a coleta de dados. Desde as primeiras impressões, o balanço é muito positivo, animador e encorajador. A qualidade do conteúdo é importante e o fato de se dirigir a todos é certamente um valor agregado. A intenção, de fato, é ir ao encontro do mundo: que a Basílica possa estar aberta ao mundo".
Texto: Paolo Ondarza / Cidade do Vaticano
Foto: Vatican Media