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Nicarágua: impedido de sair da Cúria, Dom Álvarez recebe solidariedade de Conferências Episcopais

Publicado em 8 de agosto de 2022 - 15:05:25

A Conferência Episcopal da Nicarágua, diante da situação vivida pelo irmão no episcopado, Dom Rolando José Álvarez Lagos, expressou sua “fraternidade, amizade e comunhão episcopal com ele, já que esta situação nos toca o coração como bispos e Igreja da Nicarágua: "Se um membro sofre, todos os membros padecem com ele" (1 Co 12, 26).

Juntamente com seis sacerdotes e seis leigos, Dom Álvarez, bispo da Diocese de Matagalpa (norte do país), está desde quinta-feira impedido de deixar o bispado, que está cercado por forças especiais da polícia.

Chefiada por Francisco Díaz, cunhado do presidente Daniel Ortega, a Polícia acusa "as altas autoridades da Igreja Católica" na província de Matagalpa, "encabeçadas" pelo bispo Álvarez, de aproveitarem-se de sua condição de religiosos e de liderança, para com o uso da mídia e redes sociais, tentar "organizar grupos violentos".

Segundo as autoridades nicaraguenses, a alta hierarquia estaria "incitando" esses "grupos violentos" a "realizar atos de ódio contra a população, causando um clima de ansiedade e desordem, alterando a paz e harmonia na comunidade, com o objetivo de desestabilizar o Estado da Nicarágua e atacar as autoridades constitucionais".

Para tal, foi aberto "um processo de investigação, a fim de apurar a responsabilidade criminal das pessoas envolvidas na prática destes atos criminosos, de que foram informados o Ministério Público e o Judiciário", e que "as pessoas sob investigação - não mencionadas – permanecerão em casa".

Disposição ao diálogo

Na nota divulgada no domingo, 7, os bispos expressam ademais “o sentir de nossa Igreja, que, por natureza, “anuncia o Evangelho da Paz e está aberta à colaboração com todas as autoridades nacionais e internacionais para cuidar deste bem universal tão grande (Bento XVI, Discurso à Cúria Romana, 21 de dezembro de 2012), e assim, juntos, “construamos aquela Civilização do Amor, da qual sempre nos falou o Papa São João Paulo II”.

Às portas do Congresso Nacional Mariano, a Conferência Episcopal da Nicarágua convida o Santo Povo de Deus a elevar e oferecer orações e Rosários a Nossa Senhora Imaculada Conceição de Maria, padroeira da Nicarágua.

Assinam a nota divulgada no domingo, 7 de agosto, o presidente da Conferência Episcopal, Dom Carlos Enrique Herrera Gutiérrez, bispo da Diocese de Jinotenga; o vice-presidente, cardeal Leopoldo José Brenes Solórzano, arcebispo da Arquidiocese de Manágua; o secretário geral Dom Jorge Solórzano Pérez, bispo da Diocese de Granada; o ecônomo geral Dom Marcial Humberto Guzmán Saballos, bispo da Diocese de Juigalpa; Dom Sócrates René Sándigo Jirón, bispo da Diocese de León e Dom Isidoro del Carmen Mora Ortega, bispo da Diocese de Siuna.

Solidariedade

No domingo, também a Igreja Católica no México expressou sua solidariedade com a Igreja na Nicarágua, pelas intimidações e repressão de que são vítimas, especialmente bispos e sacerdotes.

Também a Conferência Episcopal da Costa Rica emitiu uma declaração expressando solidariedade com Dom Rolando lvarez, assim como "sacerdotes, consagrados e leigos diante da situação difícil que vivem e que se agrava a cada dia".

Os bispos da Costa Rica pedem aos fiéis “que permaneçam, sob a proteção da Virgem Maria, em constante oração por nossos irmãos da Nicarágua”.

Já  a Conferência Episcopal Boliviana (CEB) expressou sua solidariedade e proximidade à Igreja e ao povo nicaraguense, que nos últimos dias sofreu ataques das autoridades políticas. A CEB também pede para a Igreja não desistir do esforço de "construir um diálogo capaz de alcançar a unidade e a paz nesta terra nicaraguense", fazendo orações pela Igreja, pelo povo e pelas autoridades políticas.

Relações tensas

Historicamente tensas, as relações entre a Igreja Católica e o governo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, pioraram recentemente devido à prisão e posterior condenação do padre Manuel Salvador García Rodríguez por suposta violência contra uma mulher. Também pela prisão do padre Leonardo Urbina por supostos abusos contra um menor, bem como pela intimidação ao padre Uriel Vallejos e ao bispo Rolando Álvarez.

O presidente Ortega qualificou de "terroristas" os bispos nicaraguenses que atuaram como mediadores de um diálogo nacional que buscava uma solução pacífica para a crise que o país vive desde abril de 2018, crise que se acentuou após as polêmicas eleições de novembro passado, nas quais Ortega foi reeleito para um quinto mandato, quarto consecutivo e segundo, juntamente com sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente, com seus principais adversários na prisão.

 

Texto: Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Foto: Diocese de Matagalpa

 
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