O padre Abiyot Desalegn afirmou que há “centenas de mortos” na região de Tigray, na Etiópia, e alerta para perseguição aos cristãos, “pelo extremismo islâmico”, e ataques “a igrejas e habitações”.
A intervenção, divulgada pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, alerta para a perseguição aos cristãos, “pelo extremismo islâmico”, e fala em ataques “a igrejas e habitações”.
“Com uma crise que já se estendeu a toda a Etiópia” por causa do conflito entre forças governamentais e rebeldes nesta zona, situada a norte do país, o Padre Abiyot Desalegn afirma que há “centenas de mortos” na região de Tigray.
O sacerdote denuncia também a existência de perseguição aos católicos por parte do Governo e pela Igreja Ortodoxa Etíope, e por grupos extremistas islâmicos.
“As pessoas que abandonam a Igreja Ortodoxa são alvo de pressões por parte da própria família e da comunidade, e enfrentam maus-tratos significativos, se isto não bastasse, as igrejas podem ser impedidas de conduzir celebrações religiosas”, diz.
Outro grande fator de perseguição na Etiópia – acrescenta o sacerdote – é o extremismo islâmico, em particular na parte oriental e na parte meridional do País.
O padre Abiyot Desalegn descreve uma situação particularmente difícil para as mulheres cristãs que, diz, “correm o risco de serem forçadas a casar com não-cristãos e o que se espera é que assumam a religião do marido”.
“Se uma mulher se converte ao Catolicismo numa área não-cristã, o mais provável é que seja forçada a divorciar-se pelo marido e, muito possivelmente, perde a custódia dos próprios filhos”, acrescenta.
A Fundação AIS tem vindo a acompanhar com preocupação a situação que se vive na Etiópia, especialmente na região de Tigray, a norte do país, onde tem vindo a ocorrer uma intervenção militar particularmente agressiva por parte do exército federal e de forças aliadas da Eritreia.
Texto: Agência Ecclesia
Foto: Aaron Burden / Unsplash