O diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais de Portugal elogiou nesta segunda-feira (21) o papel da Igreja Católica, durante a pandemia, considerando que ajudou a “salvar vidas” com a sua ação.
Rómulo Mateus destaca, em particular, a ajuda de responsáveis católicos, como D. Manuel Clemente e D. Joaquim Mendes, para “sensibilizarem o poder político da imperiosa necessidade de se fazer aprovar uma lei de emergência, que permitisse tirar temporariamente reclusos do sistema prisional, face à pandemia que se avizinhava”.
“Nesse momento crítico, a Igreja esteve presente, ajudou e com isso salvou vidas humanas”, assinala numa intervenção dirigida aos participantes no XVI Encontro dos Assistentes Espirituais e Religiosos Católicos nos Estabelecimentos Prisionais de Portugal, em Fátima.
O regime excecional de flexibilização da execução de penas e indultos a presos devido à covid-19 foi aprovado a 8 de abril de 2020.
O diretor-geral admite que o sistema prisional vive “um dos momentos mais difíceis” da sua história e espera com “impaciência” o final do processo de vacinação de trabalhadores e reclusos.
"Será esse o momento em que teremos de regressar a uma cautelosa normalidade e para isso a assistência espiritual e religiosa deve retomar o seu papel ímpar junto dos nossos reclusos”.
O responsável da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais evocou a figura do padre João Gonçalves, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária que faleceu em dezembro de 2020, falando num “homem bom” que fez “tanto bem”.
O encontro de Fátima contou com uma reflexão de Manuela Raimundo, da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, sobre “as expectativas da assistência espiritual religiosa no pós-pandemia”.
O padre Fernando Calado, capelão no Estabelecimento Prisional de Bragança, falou sobre “o carisma do assistente espiritual e religioso”.
Texto: Agência Ecclesia
Foto: Daniel Bernard / Unsplash