O observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas afirmou que “é imperativo” abordar “a dimensão humana da mudança do clima”, no contexto da COP26 das Nações Unidas, alertando que são “os pobres e os mais vulneráveis” os mais afetados.
“As consequências incapacitantes da crise climática são uma realidade para milhões de pessoas em todo o mundo. Embora a mudança climática ocorra em todos os lugares, a capacidade de responder e se adaptar varia muito, são os pobres e os mais vulneráveis os desproporcionalmente afetados pelas crises ecológica e climática”, disse D. Ivan Jurkovic, esta terça-feira, em Genebra.
No encontro de Diálogo Internacional sobre Migração, da Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas, o arcebispo salientou que a crise climática “já se desdobra há anos”, ao contrário da “inesperada” pandemia de Covid-19.
“É vital reconhecer que a crise climática tem um ‘rosto humano’”, acrescentou na declaração para o painel ‘O Caminho para a COP 26 – Acelerando a ação para enfrentar a migração e o deslocamento no contexto das mudanças climáticas e ambientais’.
“Quando as pessoas são forçadas a fugir porque seu ambiente local se tornou inabitável, pode parecer um processo da natureza, algo inevitável. No entanto, a deterioração do clima é ‘muitas vezes o resultado de escolhas erradas e atividades destrutivas, de egoísmo e negligência, que colocam a humanidade em conflito com a criação, nosso lar comum’”, desenvolveu, no documento enviado hoje à Agência ECCLESIA.
Segundo o observador permanente da Santa Sé junto das Nações Unidas, a realidade humana da migração, e a questão das mudanças climáticas, requerem, pela sua natureza e magnitude, “uma resposta coletiva e coordenada da comunidade internacional”.
D. Ivan Jurkovič considera que “é imperativo” abordarem “a dimensão humana da mudança do clima”, na preparação da 26.ª Conferência das Partes (COP26) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que vai decorrer de 1 a 12 de novembro, em Glasgow, Escócia.
Neste contexto, citou o Papa para falar da “dívida ecológica com a natureza, bem como com os povos afetados pela degradação ecológica induzida pelo homem e pela perda de biodiversidade”.
Esta terça-feira, o cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (Santa Sé), disse que está em estudo a presença do Papa Francisco na COP26, numa conferência de imprensa onde o Vaticano apresentou a ‘Plataforma de Ação Laudato Si’ (PALS), para promover uma transformação ecológica nas comunidades católicas e na sociedade.
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Fonte: Agência Ecclesia
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