O dízimo não compra a salvação, mas ajuda a recebê-la. O Reino exige esforço: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida, e raros são os que o encontram” (Mt 7, 13-14).
Entregar a Deus o dízimo que já Lhe pertence é, de fato, do Seu agrado. Não porque Deus precise, mas pelo gesto que demonstra obediência (5º Mandamento da Igreja – CIC 2043: “‘prover as necessidades da Igreja, segundo os legítimos usos e costumes e as determinações’ aponta ainda aos fiéis a obrigação de prover às necessidades materiais da Igreja, consoante as possibilidades de cada um”) e também consagração (consagrar é separar algo para uso exclusivo do Senhor, e a prática do dízimo deve ser exercida com essa base). Contudo, isso é pouco para quem deseja ser merecedor da salvação. A salvação é conquistada ao longo da vida, com a prática da justiça, do amor e do perdão.
Engana-se aquele que afirma já estar salvo por ter se entregado a Jesus, por ser dizimista e ter fé. Não basta dizer que tem fé; é necessário demonstrar fé ao longo de toda a vida. Não basta ter sentimentos de compaixão pelo irmão que sofre; é preciso estar disposto a sofrer em seu lugar. Não basta desejar que o outro seja feliz; é necessário se dispor a qualquer sacrifício para que ele seja feliz. Não bastam gestos. É preciso que esses gestos sejam feitos com amor: “Ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria” (1 Cor 13, 3).
Mesmo fazendo tudo isso, não podemos nos considerar salvos. Só Deus tem o poder de nos julgar, condenar ou salvar.
O dízimo é o dever “número um” de toda pessoa de fé que deseja ser salva. Pense nisso!