O documento final do Sínodo, encerrado no final de outubro de 2024, apresenta muitas instruções para a caminhada da Igreja e o Papa Francisco determinou que este documento tem valor de magistério, ou seja de ensino válido e eficaz para todos nós católicos. É interessante observar que os “termos ‘sinodalidade’ e ‘sinodal’ derivam da antiga e constante prática eclesial de se reunir em sínodo. Nas tradições das Igrejas Oriental e Ocidental, a palavra ‘sínodo’ refere-se a instituições e eventos que assumiram diferentes formas ao longo do tempo, envol vendo uma pluralidade de assuntos” (nº 28).
O Sínodo foi preparado e realizado ao longo de três anos. “No decorrer do processo sinodal, amadureceu uma convergência sobre o significado de sinodalidade que fundamente este Documento: sinodalidade é a caminhada conjunta dos cristãos com Cristo e em direção ao Reino de Deus, em união com toda a humanidade; orientada para a missão, implica reunir-se em assembleia nos diferentes níveis da vida eclesial, ouvir uns aos outros, dialogar, discernir em comunidade, formar consenso como expressão da presença de Cristo no Espírito e tomar uma decisão em corresponsabilidade diferenciada” (n&or dm; 28).
A Assembleia Sinodal apresenta Nossa Senhora como modelo da Igreja sinodal. “Na Virgem Maria, Mãe de Cristo, da Igreja e da humanidade, vemos os traços de uma Igreja sinodal, missionária e misericordiosa brilhando em plena luz. Ela é, de fato, a figura da Igreja que escuta, reza, medita, dialoga, acompanha, discerne, decide e age. Dela aprendemos a arte de escutar, a atenção à vontade de Deus, a obediência à Sua Palavra, a capacidade de captar as necessidades dos pobres, a coragem de partir, o amor que ajuda, o canto do louvor e a exultação no Espírito” (n° 29).
O documento final do Sínodo conclui que a “sinodalidade não é um fim em si mesma, mas visa à missão que Cristo confiou à Igreja no Espírito, Evangelizar é ‘a missão essencial da Igreja (...) é a graça e a vocação próprias da Igreja, sua identidade profunda’ (EN 14). Ao estarem próximas de todos, sem diferença de pessoas, pregando e ensinando, batizando, celebrando a Eucaristia e o Sacramento da Reconciliação, todas as Igrejas locais e toda a Igreja respondem concretamente ao mandamento do Senhor de proclamar o Evangelho a todas as naçõ es (cf. Mt 28,19-20; Mc 16,15-16)” (nº 32).
A Igreja é una, mas se manifesta na “pluralidade de povos e idiomas, de Igrejas com seus ritos, disciplinas e heranças teológicas e espirituais particulares, de vocações, de carismas e ministérios a serviço do bem comum. A unidade dessa variedade é realizada por Cristo, a pedra angular, e pelo Espírito, o mestre da harmonia, Essa unidade na diversidade é designada precisamente pela catolicidade da Igreja. Um sinal disso é a pluralidade de Igrejas sui iuris, das quais o processo sinodal destacou a riqueza” (nº 38). O Sínodo pede continuação do caminho do encontro, da comp reensão mútua e da troca de dons entre as Igrejas.
O Sínodo valoriza a caminhada em direção à unidade visível dos cristãos. “Reafirmamos o compromisso da Igreja Católica de continuar e intensificar o caminho ecumênico com outros cristãos, em virtude do nosso Batismo comum e em resposta ao chamado para viver juntos a comunhão e a unidade entre os discípulos, pelas quais Cristo rezou na Última Ceia (cf. Jo 17,20-26). A Assembleia saúda com alegria e gratidão o progresso das relações ecumênicas nos últimos sessenta anos, os documentos de diálogo e as declarações que expressam a fé comum&r dquo; (nº 40). Vamos conhecer o documento final do Sínodo e aplica-lo em nossas comunidades.