Sou católico e não sou dizimista. Por quê?

Por que os católicos, quando passam para outra igreja, dão o dízimo com alegria, mas, enquanto se diziam católicos, não o faziam? O dízimo é a única pastoral 100% ecumência. Todas as religiões o adotam como forma de sustentação de suas atividades. Temos poucas notícias de eventos em outras igrejas com o intuito de arrecadar fundos. Elas promovem, motivam, induzem e, sobretudo, fundamentam-se na Bíblia para despertar a consciência de seus fiéis. Como a Bíblia não deixa dúvidas, convencem facilmente o ex-católico. Então, quando o encontramos na rua, ele vem entusiasmado dizer que agora encontrou Jesus e que está pagando 10% de dízimo.

Pode ser que, em sua comunidade, o que estavam fazendo para convencê-lo a ser dizimista não estava dando certo. Nesse caso, perdemos o que era mais precioso: a presença dele em nosso meio.

Esses fatos são mais comuns do que percebemos. Muitos católicos estão deixando sua igreja sem serem dizimistas e depois aceitam facilmente devolver a "parte de Deus" na igreja que passam a frequentar. Não há segredo: são os frutos de uma maior movimentação por parte do padre e da Pastoral do Dízimo, um trabalho mais intenso, com leituras mais frequentes da Bíblia e indo mais direto ao assunto.

Algumas igrejas não servem como modelo. Usam a Bíblia para ameaçar os que negam o dízimo; outras prometem respostas imediatas de Deus a quem trouxer mais; outras ainda convencem os fiéis a disporem de tudo que possuem para entregar à igreja. Exploram muito o desespero das pessoas. Contudo, existem igrejas que merecem nossa admiração. Fazem a conscientização, e o fiel decide se vai ou não ser dizimista.

É bom citar que muitos são infiéis como católicos e continuam infiéis mesmo mudando de religião.

Nossas orações, nossa presença na igreja, nosso respeito às tradições da Igreja Católica, nossa disponibilidade em acompanhar os acontecimentos religiosos, as festas que marcamos presença, nossa ida a Aparecida para visitar o Santuário da Mãe, as tardes de louvores, a veneração aos nossos santos, o amor ao próximo etc., agradam muito a Deus, porque provam a nossa fé.

No entanto, para nossa salvação, temos que mostrar disponibilidade para um sacrifício maior. Há milênios, nos acostumamos a fazer o dízimo, o meio mais prático para demonstrar nossa crença no Criador. Apresentamos parte do que produzimos, reconhecendo nossa pequenez diante de tudo que nos rodeia.

Além de provar a fé com gestos, palavras e ações, o homem precisa dar testemunho com seu sacrifício pessoal e o sacrifício da palavra, anunciando com os lábios o Deus em que acredita.

Devolver a "parte de Deus", colocando-a no altar, é até muito fácil. Não precisamos nem lembrar que Ele ainda nos promete encher os reservatórios de bênçãos na terra e no céu.

Pe. Celso de Jesus Ribeiro
Coordenador Diocesano da Pastoral do Dízimo