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Sínodo dos Bispos: Documento Final - 3ª parte

Publicado em 21 de novembro de 2024 - 10:12:38

A primeira parte do Documento Final do Sínodo chama: O Coração da Sinodalidade, Chamado pelo Espírito Santo à conversão. Ela “delineia os fundamentos teológicos e espirituais que iluminam e nutrem o que vem a seguir. Ela reafirma o entendimento compartilhado da sinodalidade que surgiu na Primeira Sessão e desenvolve suas perspectivas espirituais e proféticas. A conversão dos sentimentos, imagens e pensamentos que habitam nossos corações prossegue junto com a conversão da ação pastoral e missionária” (nº 11). Os membros do Sínodo invocaram “o dom pascal do Espírito Santo, pedindo a Ele que nos ensinasse o que devemos fazer e nos mostrasse o caminho a seguir juntos” (nº 12).

A Assembleia Sinodal “reconhece e atesta que a sinodalidade, uma dimensão constitutiva da Igreja, já faz parte da experiência de muitas de nossas comunidades. Ao mesmo tempo, sugere caminhos a serem seguidos, práticas a serem implementadas e horizontes a serem explorados. O Santo Padre, que convocou a Igreja em Sínodo, dirá às Igrejas, confiadas ao cuidado pastoral dos Bispos, como continuar nosso caminho apoiado na esperança que ‘não decepciona’ (Rm 5,5)” (nº 12). Os participantes do Sínodo afirmam que a Igreja “existe para testemunhar ao mundo o evento decisivo da história: a Ressurreição de Jesus. O Ressuscitado traz paz ao mundo e nos dá o dom de Seu Espírito” (nº 14).

A identidade do Povo de Deus tem sua origem no Batismo que é “implementado como um chamado à santidade e um envio em missão para convidar todos os povos a aceitar o dom da salvação (cf. Mt 28,18-19). É, portanto, do Batismo, no qual Cristo nos reveste de si mesmo (cf. Gl 3,27) e nos faz renascer pelo Espírito (cf. Jo 3,5-6) como filhos de Deus, que nasce a Igreja sinodal missionária. Toda a vida cristã tem sua fonte e seu horizonte no mistério da Trindade, que suscita em nós o dinamismo da fé, da esperança e da caridade” (nº 15). “O Povo de Deus, a caminho do Reino, é continuamente alimentado pela Eucaristia, fonte de comunhão e unidade...” (nº 16). 

Os membros do Sínodo afirmam que o “processo sinodal nos fez experimentar o ‘sabor espiritual’ (EG 268) de ser o Povo de Deus, reunido de todas as tribos, línguas, povos e nações. Vivendo em diferentes contextos e culturas. Nunca é a mera soma dos batizados, mas o sujeito comunitário e histórico da sinodalidade e da missão, ainda peregrino no tempo ... Nos diferentes contextos em que as Igrejas individuais estão enraizadas, o Povo de Deus proclama e testemunha a Boa Nova da salvação; vivendo no mundo e para o mundo, caminha junto com todos os povos da terra, dialoga com suas religiões e culturas, reconhecendo nelas as sementes do Verbo, avançando em direção ao Reino” (nº 17). 

O Documento Final diz que no ‘coração de Deus há um lugar preferencial para os pobres´ (EG), os marginalizados e excluídos, e, portanto,  também no da Igreja. Neles a comunidade cristã encontra o rosto e a carne de Cristo, que, de rico que era, se fez pobre por nós, para que nos tornássemos ricos por sua pobreza (cf. 2Cor 8,9). A opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica. Os pobres têm um conhecimento direto do Cristo sofredor (cf. EG 198) que os torna anunciadores de uma salvação recebida como um dom e testemunhas da alegria do Evangelho. A Igreja é chamada a ser pobre com os pobres, que muitas vezes são a maioria dos fiéis, e a escutá-los...” (nº 19).

O Sínodo reconhece que a Igreja “recebe de Cristo o dom e a responsabilidade de ser o fermento eficaz dos vínculos, das relações e da fraternidade da família humana (cf. AG 2-4), testemunhando no mundo o sentido e a meta de seu caminho (cf. GS 3 e 42). Ele assume essa responsabilidade hoje em um tempo dominado pe4la crise da participação – ou seja, de se sentir parte e ator em um destino comum – e por uma concepção individualista de felicidade e salvação. Sua vocação e seu serviço profético (cf. LG 12) consistem em dar testemunho do plano de Deus de unir a si toda a humanidade na liberdade e na comunhão” (nº 20).

Pe. Antônio Carlos D´Elboux – acdelboux@uol.com.br
Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Saltinho - SP

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