Sínodo dos Bispos: Documento Final - 2ª parte

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Os participantes do Sínodo observaram que da jornada sinodal iniciada em 2021 eles já viram os primeiros frutos. “Os mais simples, porém mais preciosos, estão fermentando na vida das famílias, das paróquias, das Associações e Movimentos, das pequenas comunidades cristãs, das escolas e das comunidades religiosas, onde está crescendo a prática do diálogo no Espírito, o discernimento comunitário, a partilha dos dons vocacionais e a corresponsabilidade na missão. ... Somos gratos e felizes pela voz de tantas comunidades e fiéis que vivem a Igreja como um lugar de acolhida, esperança e alegria” (nº 7).

Após a Primeira Sessão do Sínodo, o Papa Francisco confiou a um grupo de pastores e especialistas de todos os continentes dez temas importantes para a vida da nossa Igreja, como a relação entre as Igrejas Católicas Orientais e a Igreja Latina; a escuta ao clamor do pobre; o ambiente digital; revisão da formação sacerdotal; questões teológicas e canônicas sobre determinados ministérios;  relações entre Bispos, Religiosos e Agregações Eclesiais; aspectos da figura e do ministério dos bispos; o papel dos Núncios Apostólicos; questões doutrinárias, pastorais e éticas controversas; e a recepção dos frutos da jornada ecumênica no Povo de Deus. 

O processo sinodal não acabou com o Sínodo, “mas inclui a fase de implementação. Como membros da Assembleia, sentimos que é nossa tarefa nos engajarmos em sua animação como missionários da sinodalidade dentro das comunidades de onde viemos. Pedimos a todas as Igrejas locais que continuem sua jornada diária com uma metodologia sinodal de consulta e discernimento, identificando formas concretas e caminhos de formação para realizar uma conversão sinodal tangível nas várias realidades eclesiais (Paróquias, Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, Agregações de Fiéis, Dioceses, Conferências Episcopais, grupos de Igrejas, etc.)” (nº 9). 

O progresso feito em termos de sinodalidade e de participação dos batizados na vida da Igreja também precisa ser avaliado. “Sugerimos que as Conferências Episcopais e os Sínodos das Igrejas sui iuris dediquem pessoas e recursos para acompanhar o caminho de crescimento como uma Igreja sinodal em missão e para manter contato com a Secretaria Geral do Sínodo (cf. EC 19 §§ 1 e 2). Pedimos a ela que continue a zelar pela qualidade sinodal do método de trabalho dos Grupos de Estudo” (nº 9). Nota-se claramente um esforço por parte dos participantes para que o Sínodo continue presente na caminhada da Igreja. 

O Documento Final do Sínodo “faz um balanço de todos os passos dados até agora. Ele reúne algumas convergências importantes que surgiram na Primeira Sessão, as contribuições das Igrejas nos meses entre a Primeira e a Segunda Sessões e o que amadureceu, especialmente por meio de conversas no Espírito, durante a Segunda Sessão” (nº 10). Ele “expressa a consciência de que o chamado à missão é, ao mesmo tempo, o chamado à conversão de cada Igreja particular e de toda a Igreja, na perspectiva indicada na Exortação Apostólica Evangelii gaudium (cf. n. 30). O texto é composto de cinco partes” (nº 11), precedidas de uma introdução e encerradas com uma conclusão. 

Os temas de cada uma das cinco partes são: Parte I: O coração da sinodalidade, onde o Povo de Deus é chamado pelo Espírito Santo à conversão; Parte II: No barco, juntos, onde se apresenta a conversão dos relacionamentos que constroem a comunidade cristã; Parte III: Lançar a rede, apresentando a conversão de processos, com o discernimento eclesial, as tomadas de decisões e a cultura da transparência, com suas responsabilidades e avaliação; Parte IV: Muita pesca, com a conversão de títulos; Parte V: “Eu também te envio”, com a formação de uma população de discípulos na sinodalidade missionária. Na conclusão se propõe um banquete para todos os povos.

Pe. Antônio Carlos D´Elboux – acdelboux@uol.com.br
Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Saltinho - SP