No dia 26 de outubro de 2024 foi aprovado o documento final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em sua segunda sessão, de 02 a 27 de outubro de 2024, realizada no Vaticano. Eram 368 participantes que votaram, dos quais 272 bispos e mais de 50 mulheres. O documento tem uma introdução, cinco partes e uma conclusão. Na introdução, se diz: “Cada novo passo na vida da Igreja é um retorno à fonte, uma experiência renovada do encontro com o Ressuscitado que os discípulos experimentaram no Cenáculo na noite de Páscoa” (n° 1).
Os participantes do Sínodo reconhecem os sofrimentos existentes: “os rostos das crianças aterrorizadas pela guerra, o choro das mães, os sonhos desfeitos de tantos jovens, os refugiados que enfrentam jornadas terríveis, as vítimas das mudanças climáticas e da injustiça social. O sofrimento dessas pessoas ressoou entre nós não apenas por meio da mídia, mas também nas vozes de muitos, pessoalmente envolvidos com suas famílias e povos nesses trágicos eventos. Nos dias em que estivemos reunidos nesta Assembleia, muitas, muitas guerras continuaram a causar morte e destruição, um desejo de vingança e uma perda de consciência” (nº 2).
Os membros do Sínodo recordam a caminhada feita nesses últimos três anos: “Desde que o Santo Padre iniciou este Sínodo em 2021, embarcamos em uma jornada cuja riqueza e fecundidade estamos descobrindo cada vez mais. Estivemos ouvindo, atentos para captar nas muitas vozes o que "o Espírito está dizendo às Igrejas" (Ap 2:7). A jornada começou com a ampla consulta ao Povo de Deus em nossas Dioceses e Eparquias. Prosseguiu com etapas nacionais e continentais, na circularidade de um diálogo constantemente relançado pela Secretaria Geral do Sínodo por meio de sínteses e documentos de trabalho” (nº 3).
O Sínodo, em suas duas sessões, permitiu aos participantes “entregar ao Santo Padre e a todas as Igrejas o testemunho do que vivemos e o fruto do nosso discernimento, para um renovado impulso missionário. A jornada foi marcada, a cada passo, pela sabedoria do "senso de fé" do Povo de Deus. Passo a passo, entendemos que, no coração do Sínodo 2021-2024, está o desejo de uma Igreja Sinodal. Para uma Igreja Sinodal: Comunhão, participação, missão, há um chamado à alegria e à renovação da Igreja no seguimento do Senhor, no compromisso com o serviço de sua missão, na busca de maneiras de ser fiel a ela” (nº 4).
Todo trabalho do Sínodo foi realizado à luz da Tradição da Igreja e do magistério do Concílio Vaticano II: “A vida cotidiana dos fiéis, a experiência das Igrejas em cada povo e cultura, os muitos testemunhos de santidade, a reflexão dos teólogos foram o solo em que germinou e cresceu. O Sínodo 2021-2024 continua a aproveitar a energia dessa semente e a desenvolver seu potencial. De fato, o caminho sinodal está implementando o que o Concílio ensinou sobre a Igreja como Mistério e Povo de Deus, chamada à santidade por meio de uma conversão contínua que vem da escuta do E vangelho” (nº 5).
Os participantes do Sínodo vivenciaram “o cansaço, a resistência à mudança e a tentação de deixar que nossas ideias prevaleçam sobre a escuta da Palavra de Deus e a prática do discernimento. No entanto, a misericórdia de Deus, o Pai mais terno, permite que, a cada vez, purifiquemos nossos corações e continuemos em nosso caminho. Reconhecemos isso quando começamos a Segunda Sessão com uma Vigília Penitencial, na qual pedimos perdão por nossos pecados ... Chamamos nossos pecados pelo nome: contra a paz, contra a criação, os povos indígenas, os migrantes, as crianças, as mulheres, os pobres, a escuta, a comunhão” (nº 6).