Já estamos na Igreja há 11 anos sob a liderança do Papa Francisco. Um argentino jesuíta de 87 anos, dos quais 55 como padre e 32 como bispo. Ele é o 266º papa na história da Igreja e um dos Papas com maior tempo de pontificado. Escreveu quatro encíclicas e viajou para muitos países, entre eles o Brasil em 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Para mim o Papa Francisco é um dos melhores Papas na Igreja. No início do seu ministério petrino, quando inclinou-se diante da multidão que se encontrava na Praça de São Pedro e pediu que o povo o abençoasse, ele me conquistou. O Papa Francisco sempre defendeu e incentivou a Doutrina Social em nossa Igreja.
Muitas vezes já ouvi e vi bispos e padres, paroquianos, ex-paroquianos, familiares e amigos falando mal do nosso Papa. Alguns chegam a afirmar que o Papa é comunista. Tamanha besteira só pode ser dita por pessoas maldosas ou por quem não sabe o que seja o comunismo. Basta ver que em qualquer país onde o comunismo chegou, a Igreja foi uma das primeiras a ser perseguida. O Papa como chefe de um estado, o Vaticano, recebe pessoas das mais diferentes ideologias e opções políticas. Sejam da direita, da esquerda ou do centro. O Papa as recebe e sempre tem uma palavra de carinho e atenção para os países ou grupos que elas representam.
Considero-me fã de carteirinha do Santo Padre. Diariamente rezo especialmente por ele e sempre incentivo o nosso povo a fazer o mesmo. Ele está sempre pedindo que não nos esqueçamos dele em nossas preces. Procuro ler seus documentos. Acompanho suas atividades através do boletim informativo do Vaticano. Até hoje ele foi a única pessoa no mundo que conseguiu reunir em um único evento mais de 6 milhões de pessoas, o que aconteceu em 2015 nas Filipinas. Estive em várias Missas presididas pelo Papa Francisco. Vibro com tantas decisões que ele toma. Quando ele fala “ex cathedra” a palavra dele é inquestionável, mas sei que não sou obrigado a concordar com ele em tudo.
Um dos assuntos que discordo, com todo o respeito, é a determinação do Papa para que o Bispo, se tiver algum padre pedófilo agindo na Diocese, que entregue o mesmo às autoridades. É claro que somos contra a pedofilia. Os pedófilos, sejam quem forem, devem ser julgados e pagarem por seus crimes. Mas o Bispo é o pai dos padres. Ao menos deveria ser! E as próprias leis brasileiras isentam os pais de denunciarem os próprios filhos por quaisquer crimes. O erro deve ser sempre denunciado para ser corrigido e ressarcido. Claro que entendo a situação do Papa diante de tantos casos de pedofilia que mancham a nossa Igreja, mas que outros denunciem os padres pedófilos e não seus próprios bispos.
Papa Francisco, incompreendido por muita gente, mas amado pela imensa maioria e muito respeitado nos demais ambientes religiosos, tem sempre atos concretos incentivando uma Igreja em saída. Ele não deseja uma igreja bonitinha fechada em muros, mas uma igreja com os pés na lama indo ao encontro de todos, nas mais adversas situações. Seus encontros com líderes de outras religiões sempre se destacam na busca da verdade, da justiça e da paz. Que Deus lhe dê saúde e muita luz para continuar guiando o Povo de Deus caminhando ao encontro do Pai com a constante proteção da Virgem Maria, de quem ele é profundamente devoto.
Pe. Antônio Carlos D´Elboux – acdelboux@uol.com.br
Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Saltinho - SP