Estamos no mês de outubro, o mês missionário. Para a Igreja Católica dois santos são padroeiros das Missões. Santa Teresinha do Menino Jesus, uma jovem francesa, de 24 anos e que nunca saiu do Carmelo em Lisieux, onde entrou aos 15 graças a uma dispensa do Papa Leão XIII e viveu até os 24 anos, morrendo de tuberculose, e São Francisco Xavier, um espanhol jesuíta que foi anunciador do Evangelho na Índia e no Japão e que morreu cedo, aos 46 anos, vítima de uma febre imprevista. Ambos padroeiros ardiam seus corações pelo zelo de anunciar o Evangelho aos povos.
A Doutrina Social consiste em colaborar para dar condições de vida digna para todas as pessoas. O anúncio de Jesus é libertador. Assim como o corpo necessita de alimentos, a alma também deseja a intimidade divina. A maneira de anunciar Deus pode ser a mais variada possível, mas a finalidade é sempre a mesma: que a pessoa aceite Jesus como seu salvador e se esforce para seguir seus ensinamentos. Nesse anúncio a oração deve ser o combustível que alimenta a alma do missionário. Foi o que fizeram Santa Teresinha, mesmo atrás das grades do Carmelo, e São Francisco Xavier se lançando com entusiasmo aos povos mais distantes.
Todo ano o Papa Francisco envia uma mensagem para o Dias Mundial das Missões. Na deste ano o Papa salienta dois verbos, tirados da parábola evangélica do banquete nupcial, onde os convidados recusam o convite do rei para o casamento do seu filho. Os verbos são ir e convidar e expressam o conteúdo da missão. Diz o Papa que a “missão é ida incansável rumo a toda a humanidade para a convidar ao encontro e à comunhão com Deus. Incansável! Deus, grande no amor e rico em misericórdia, está sempre em saída ao encontro de cada ser humano para o chamar à felicidade do seu Reino, apesar da indiferença ou da recusa”.
Papa Francisco lembra também do envio que Jesus fez aos seus discípulos, fazendo-os participarem da sua própria missão. “Por isso, a Igreja continuará a ultrapassar todo e qualquer limite, sair incessantemente sem se cansar nem desaminar perante dificuldades e obstáculos, a fim de cumprir fielmente a missão recebida do Senhor”. O Papa faz uma ligação das Missões com o Sínodo dos Bispos, que está acontecendo este mês em Roma, afirmando que é necessário “continuar o caminho rumo a uma Igreja, toda ela, sinodal-missionária ao serviço do Evangelho. De per si a sinodalidade é missionária e, vice-versa, a missão é sempre sinodal”.
O Santo Padre salienta as coletas realizadas nas comunidades católicas para o Fundo Universal de Solidariedade que será distribuído pela Pontifícia Obra da Propagação da Fé, em nome do Papa, para as necessidades das missões da Igreja. Interessante que o tema do Sínodo dos Bispos, que terminará em 27 de outubro, é justamente “Como ser Igreja Sinodal Missionária”. Faz parte da Igreja o ir ao encontro das pessoas anunciando o Evangelho com o testemunho de vida e a fé em Jesus Ressuscitado. Em uma Igreja Sinodal todos participamos ativamente, analisando as situações e buscando as luzes divinas para solucioná-las.
Que o Sínodo dos Bispos encontre acolhida em nossas comunidades, ajudando-nos a ser uma Igreja cada vez mais fiel a Jesus Cristo e que não se acomode em anuncia-lo, tornando-se a “Igreja em saída” tanto desejada pelo Papa Francisco. Que a Doutrina Social da Igreja nos ajude a abrir nossas mentes para as necessidades reais dos irmãos e irmãs, colaborando para que tenham uma vida digna e possam livremente assumir a própria caminhada de fé, inspirados em tantos santos e santas que foram sinais do amor do nosso Deus, atualizando em nossas vidas todos os ensinamentos das obras de misericórdia corporais e espirituais.
Pe. Antônio Carlos D´Elboux – acdelboux@uol.com.br
Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Saltinho - SP