Celebramos neste sábado, 12 de outubro, o dia de Nossa Senhora Aparecida, nossa querida madroeira, cuja imagem foi encontrada no Rio Paraíba, no Porto de Itaguaçu, em 1717, por três pescadores: Felipe Pedroso, Domingos Alves Garcia e João Alves. A devoção a esta imagem de Nossa Senhora da Conceição transformada em negra por ter ficado bastante tempo dentro do rio foi ganhando devotos cada dia mais. E ela foi declarada pelo Papa Pio XI, a pedido dos Bispos Brasileiros, Rainha e Padroeira do Brasil, cuja proclamação se deu no Rio de Janeiro, antiga capital da República, em 31 de maio de 1931.
Quando Nossa Senhora, avisada pelo Anjo Gabriel, foi de Nazaré, na Galiléia, até Ein Karen, na Judéia, visitar sua prima Isabel, que, apesar de idosa e estéril, estava grávida há seis meses daquele que será chamado João Batista e vem preparar o caminho de Jesus, após a saudação de sua prima, ela faz um belíssimo hino de louvor e gratidão a Deus. Tal hino é chamado Magnificat. Nele Maria Santíssima glorifica o Senhor nosso Deus e se alegra porque Ele olhou para sua pequenez e ela se declara a favor dos humildes e pequenos reconhecendo que Deus desconcerta os soberbos e derruba do trono os poderosos, elevando os humildes.
O nosso Deus, poderoso e santo, realiza maravilhas na vida de Nossa Senhora que vai gerar o Filho dele, Jesus, que vem para salvar todas as pessoas e faz com que sua misericórdia se manifeste em todos aqueles que o temem. Diz Maria que Deus vai saciar de bens as pessoas indigentes e vai despedir os ricos de mãos vazias. Deus vai cumprir sua promessa em favor de Abraão e dos seus descendentes. É interessante observar que na época do aparecimento da imagem o Brasil vivia o período da escravidão, onde milhões de africanos foram aprisionados e feitos escravos em nossa Pátria.
Maria Santíssima se apresenta para seus filhos brasileiros na cor dos escravos, mostrando a sua identificação com os povos sofridos e sem liberdade, obrigados a muito trabalharem, atendendo os reclamos e os desmandos de seus donos. No nosso Brasil atual muitas pessoas vivem sem emprego, sem possibilidade de estudar, sem casa própria, sem atendimento médico e hospitalar, sem momentos de descanso e de lazer. Volta e meia são denunciados casos de pessoas que vivem como escravas, não obstante a proclamação da escravidão ter acontecido em 13 de maio de 1888. Nossa Senhora nunca abandona seus filhos. Ela é força e coragem na vida de todos.
Sempre quando medito sobre a vida de Nossa Senhora, gosto de pensar naquele fato que mostra Maria e discípulos de Jesus indo ao encontro dele em uma residência. Avisam Jesus que sua mãe e seus irmãos querem falar com ele. E o que Jesus diz? “Quem é minha mãe, quem são meus irmãos? Minha mãe e meus irmãos são todos aqueles que escutam a Palavra de Deus e a praticam”. A importância de nossa Mãe Celeste encontra-se em vivenciar os ensinamentos de Jesus e coloca-los em prática. Cumprir o projeto de Deus em nossas vidas é o ensinamento vivenciado e transmitido por Maria.
Neste dia de nossa madroeira, renovemos nosso amor e nosso respeito para com Nossa Senhora, nos seus mais diversos títulos, mas especialmente no de Nossa Senhora Aparecida. Na festa da mãe, nós, os filhos, não podemos nos omitir. A prática da Doutrina Social na vida de nossa Igreja leva-nos a sempre termos Maria como nossa mãe, protetora e intercessora. Que todos tenhamos em Maria o modelo de dedicação para o serviço aos menos favorecidos, que precisam de nossa ajuda. Viva Nossa Senhora Aparecida! Viva a Madroeira do Brasil! Viva a mãe do povo brasileiro! Viva todos os que ajudam a diminuir o sofrimento de tantos irmãos e tantas irmãs.
Pe. Antônio Carlos D´Elboux – acdelboux@uol.com.br
Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Saltinho - SP