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“Que tens tu que não tenhas recebido”? (1 Cor 4,7)

Publicado em 3 de julho de 2024 - 16:35:25

Sou dizimista, porque reconheço que tudo recebo de Deus - "O Senhor é meu Pastor e nada me faltará" (Sl. 23); "Que tens tu que não tenhas recebido"? (1 Cor 4,7).

“Não se apresente de mãos vazias diante do Senhor, pois tudo isso é pedido pelos mandamentos. A oferta do justo alegra o altar, e o perfume dela sobe até o Altíssimo. O sacrifício do justo é aceito e o seu memorial não ficará esquecido. Glorifique o Senhor com generosidade, e não seja mesquinho nos primeiros frutos que você oferece. Quando oferecer alguma coisa, esteja de rosto alegre e consagre o Dízimo com boa vontade. Ofereça ao Altíssimo conforme o dom que Ele fez a você; dê com generosidade, segundo suas possibilidades. Porque o Senhor retribui a oferta a Ele, em troca, lhe dará sete vezes mais” (Eclesiástico 35,4-10). “Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?” (Sl 116,12).

“Todos os Dízimos da terra, sejam dos cereais do campo, sejam de frutos das árvores, pertencem ao Senhor. É coisa consagrada ao Senhor” (Lv 27,30). “[...] e entregaram fartamente o Dízimo de tudo” (2 Cr 31,5).

O Dízimo é simplesmente uma contribuição voluntária a Deus através da Igreja, em forma de ação de graças pelo muito que d’Ele recebemos: “De graça recebestes, de graça dais” (Mt 10,8; cf. 1Cr 29,14). “O que é que você possui que não tenha recebido? (1Cor 4,7).

Devo contribuir com o dízimo na minha paróquia porque é mandamento divino (cf. Lv 27,30; Ml 3,10; 2Cor 7,9; Mt 23,23); porque é o 5º mandamento da Igreja; porque “Recebestes de graça, de graça deveis dar” (Mt 10,8-10; cf. 1Cor 4,7); – Entre tantos outros motivos, oferecer o Dízimo é sinal de amor à Igreja que nos comunicou o maior dos tesouros: a graça que Deus nos dá em Cristo. É sinal de que somos membros vivos, ativos e corresponsáveis da comunidade reunida por Jesus. E assim a Igreja tem a liberdade e a condição de caminhar com os próprios pés, sem precisar recorrer a outras formas de arrecadação.

O que o Senhor promete a quem Lhe entrega o Dízimo de coração? No mundo judaico, segundo a Lei, o Dízimo era a causa principal da bênção do povo (cf. Ml 3,10b; Dt 14,29b; 15,10; Pv 3,10; 11, 24-25; Eclo 35,10). No Novo Testamento, temos esta belíssima promessa, segundo nos informa Paulo: “Deus pode enriquecer vocês com toda espécie de graças, para que tenham sempre o necessário em tudo e ainda fique sobrando alguma coisa para poderem colaborar em qualquer boa obra” (2 Cor 9,6-8). 

Na Graça, o sacrifício de Cristo é a causa principal da bênção do povo cristão pois, segundo Paulo, “Cristo nos abençoou com toda bênção espiritual” (Ef 1,3). 

O Dízimo é visto pela CNBB no estudo nº 8:

– Dízimo é doação amorosa na Comunidade; 

– Dízimo não é esmola e sim colaboração com a Comunidade; 

– Dízimo tem sentido como sustentação da Comunidade; 

– Dízimo é uma opção pastoral, não financeira; 

– Dízimo supõe conscientização, formação, educação na fé; 

– Dízimo, expressão de vivência de fé em comunidade; 

– Dízimo, dom religioso, obrigação moral, não jurídica. 

Concluindo, ao cabo destas considerações, uma última e oportuna exortação bíblica: “Por isso, escutemos o que diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvires a voz do Senhor, não fiqueis de coração endurecido como no dia da revolta no dia da tentação do deserto.” (Hb 3,7-8; cf. Sl 94,7-8).

Pe. Celso de Jesus Ribeiro
Coordenador Diocesano da Pastoral do Dízimo

 

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