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Que nossa mão permaneça estendida!

Publicado em 3 de junho de 2024 - 16:49:57

Se não for a pior, estamos testemunhando uma das maiores catástrofes humanitárias já ocorridas no Brasil desde que os registros históricos tiveram início: a inundação e a devastação de boa parte do Estado do Rio Grande do Sul.

Exceção feita às pessoas cegadas por ideologias ou por posicionamentos xenofóbicos, quase todos os brasileiros solidarizaram-se com o cenário de destruição, ruína e morte visto a cada hora nos meios de comunicação, particularmente na TV e na internet. Impossível não se compadecer dessa realidade!

Piracicaba agiu prontamente! Entre 10 e 29 de maio p.p. (última atualização de dados do “Em Foco” até esta parte), a Diocese de Piracicaba, o “Exército de Formiguinhas” e parceiros enviaram 875 toneladas em doações que seguiram para os gaúchos em 31 caminhões. Foram roupas, cobertores, produtos de limpeza, itens de higiene pessoal, fraldas infantis e geriátricas, água potável, cestas básicas, fardos de leite em pó e até ração animal. Além disso, até 22 de maio, foram arrecadados via Pix R$ 145 mil, dos quais R$ 50 mil foram repassados em cestas básicas. A coleta e organização foram coordenadas pela Diocese e contaram com uma multidão de voluntários que se desdobraram em trabalhos, prejudicando suas próprias atividades profissionais ou o merecido descanso, para ajudar nessa imensa e urgentíssima tarefa.

De nossa Diocese também partiu para o Rio Grande do Sul uma van carregada de medicamentos e de muita solidariedade humana para socorrer nossos irmãos de lá, num trajeto de cerca de 1.200 km percorridos com poucas paradas, dada a urgência extrema da situação. Também vimos nos meios de comunicação inúmeras iniciativas de apoio e de toda sorte: médicos, bombeiros, profissionais especializados em resgates, empresários, esportistas e “pessoas comuns”, cuja maioria se manteve no anonimato, sendo descobertas apenas quando captadas por alguma câmera. Homens e mulheres oriundos dos quatro cantos deste imenso Brasil, mas também do próprio Rio Grande, pois quantos que não tinham perdido tudo e, ainda assim, estavam ajudando o semelhante na mesma situação?!

Infelizmente, houve situações em que se confrontaram as iniciativas de particulares com as dos governantes envolvidos, particularmente da União e do próprio RS. E daí afloraram as paixões e, com elas, as críticas tantas vezes exacerbadas, a falsa inflação nos números das ajudas e o desfile ridículo dos “protagonistas do bem”, pessoas de ambos os lados que, em diversos aspectos, buscaram – e ainda buscam! – lucrar politicamente ou por lamentável egocentrismo com a desgraça instalada.

Mas não vem ao caso aprofundar a análise desse confronto para saber quem está “certo” e quem está “errado”. Vem ao caso, isso sim, afirmar com veemência que a nossa caridade não pode parar! A calamidade está longe de ter terminado!

Dados preliminares demonstram que a economia do RS, em vez de crescer neste ano os estimados +3,5%, deverá retrair -2%; a Federação das Indústrias do RS informou que as enchentes afetaram 94,3% de toda a atividade econômica do Estado em um universo de 23,7 mil indústrias e 433 mil pessoas empregadas; 615 mil pessoas estão desabrigadas e uma grande parte delas não tem mais uma casa para voltar; e o “auxílio reconstrução” de R$ 5,1 mil liberado pelo Governo Central para as famílias desalojadas (e não necessariamente por pessoa), embora válido, é claramente insuficiente.

Sabemos todos que, com o passar do tempo, nosso sentimento de compaixão acaba arrefecendo e aquelas imagens trágicas ou difíceis vão se apagando. Entretanto, é hora de mantermos a mão estendida, de mantermos viva na memória que nossos irmãos e irmãs gaúchos ainda precisarão – e muito! – de nossa ajuda, de nos questionarmos se agimos ou não conforme o próprio Cristo agiria!

Pois, “quem vos der de beber um copo de água porque sois de Cristo, digo-vos em verdade: não perderá a sua recompensa” (Mc 9,41).

Amigos leitores, Jesus Cristo “está” no Rio Grande do Sul: no desalojado, no órfão, no abandonado, no desesperado; e no voluntário, no servidor público, no médico, no lixeiro, no engenheiro, no militar, enfim, em toda pessoa de boa vontade. Sendo assim, impossível não recordar: “Em verdade Eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a Mim mesmo que o fizestes” (Mt 25,40).

Que Nossa Senhora Medianeira, Padroeira do Rio Grande do Sul, interceda por seus filhos e por nós também!

Abraços fraternos a todos!

Rogério Sartori Astolphi
Juiz de Direito

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