Mais uma vez estamos diante da possibilidade de que o aborto possa se expandir no Brasil em sua prática até o 9º mês de gestação.
Quando começamos nossos artigos, estávamos mostrando que o pensamento hodierno que dá margens para que aceitemos esse tipo de coisa é fruto das mudanças sociais que não foram mera “evolução da humanidade”. Sociólogos, demógrafos e outros tantos especialistas, convocados particularmente para alcançar um “crescimento populacional zero”, tinham percebido exatamente onde era necessário mexer para provocar a mudança comportamental desejada.
Vimos depois que este intento só foi possível pois tínhamos no mundo ocidental uma educação já em declínio, que preparou, geração após geração, a mente humana para não mais buscar compreender a verdade das coisas, mas especializar-se tanto num conhecimento e prática específicos que não fosse capaz de entender mais nada. Assim temos uma infinidade de especialistas em cada uma das áreas de conhecimento, mas praticamente ninguém capaz de perceber a manipulação orquestrada que tem atingido todo o tecido social.
Precisamos então de uma verdadeira metanoia, como diz São Paulo, uma espécie de conversão de nossa mente, ou melhor, de nossa mentalidade, para compreender o problema. Isso porque ainda existem pessoas que se dizem cristãos, contra o aborto, e admitem, por exemplo, que este procedimento deva ser realizado em caso de estupro.
Ora, assassinar um bebê é assassinar um bebê em qualquer circunstância. Qual é a lógica de que o bebê deva pagar com sua inocente vida pelo crime de seu culpado pai? Pergunte a qualquer criança e verá como o raciocínio é simples: se o seu pai cometesse um crime, está certo que você tenha de pagar por ele com a sua própria vida? Imediatamente ouviremos o seu “não!” como resposta, muitas vezes olhando para a própria realidade inclusive!
Agora, não é difícil mostrar com os documentos das próprias instituições responsáveis, que toda a “tramoia” do aborto em caso de estupro foi introduzida de propósito para que, através dessa brecha se alargasse cada vez mais o buraco para enfim derrubar o muro que se levantou contra a legalização do aborto no Brasil.
A triste realidade da violência contra a mulher pode e é resolvida por entidades cristãs de muitas outras maneiras. É assim que falamos em antecipar o parto, encaminhar a criança para as enormes filas de adoção que temos Brasil a fora, dar todo amparo à mulher que precisa de ajuda neste momento difícil de sua vida, inclusive oferecendo acolhimento institucional se for necessário, entre outras tantas coisas.
Não se pode admitir que uma vida inocente seja assassinada como um “direito” de alguém, ainda mais quando temos diante de nossos olhos as provas de que a luta por esse direito foi forjada, é uma falácia de quem deseja, em última instância, o controle social. Esperamos que você possa meditar sobre estas palavras e fazê-las alcançar as pessoas de boa vontade, para que não permitamos este mal invadir definitivamente nosso país!
Camila Sordi Gil
Comissão Diocesana de Defesa da Vida e da Família