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Campanha da Fraternidade: Causas que geram inimizade

Publicado em 1 de fevereiro de 2024 - 17:22:26

A nossa sociedade atual está muito dividida. “Poderíamos ser apenas diferentes, mas nos dividimos, erguemos muros de separação entre nós, e, muitas vezes, erigimos o diferente como inimigo, para justificarmos sua eliminação” (Campanha da Fraternidade, Texto base nº 42). “Como se não bastasse a divisão, vivemos em uma sociedade absolutamente desigual. E o fosso da desigualdade aprofunda a divisão. Pessoas que antes, não obstante a sua pobreza, conseguiram ajudar um familiar ainda mais pobre, hoje romperam o contrato, pois já não são capazes de repartir o pouco que têm” (CF, Texto base, nº 43). 

Outra característica da nossa sociedade é que ela é excludente. “Abaixo dos considerados improdutivos, encontramos os excluídos, aqueles que a sociedade não quer nem ver, para nem se lembrar da sua existência. São as pessoas em situação de rua, os encarcerados, os refugiados... (CF, Texto base, nº 45). Um exame de consciência nos leva a questionar-nos: “Com quantos amigos ou familiares rompi relações e estabeleci divisões por razoes ideológicas? Quantas pessoas descartadas pela sociedade eu ajudo a viver dignamente? 

Quantos amigos eu tenho entre as pessoas em situação de rua, nos cárceres ou refugiados? (CF, Texto base. nº 46).

Os indivíduos “ensaiam posições e papéis submetidos ao crivo, única e exclusivamente, de seu engajamento individual” (CF, Texto base, nº 51). “No campo social e político, essa crise dos pertencimentos gera um fenômeno comumente chamado do identitarismo que, cada vez mais, se aproxima do sectarismo ... Erguem-se bandeiras identitárias e estas, sem nenhuma autocrítica, querem impor-se sobre o bem comum da sociedade, obtendo-se como resultado a intolerância e a violência” (CF, Texto base, nº 52). Esta Campanha da Fraternidade nos questiona porque estamos experimentando tanta agressão e tantas ameaças.

O Papa Francisco em novembro de 2013, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, alertava o mundo sobre a globalização da indiferença, “lembrando que as dores de tantos seres humanos não despertavam preocupação, porque não eram nem mesmo percebidas” (EG, nº 54). “Vivemos, portanto, em um tempo em que a diferença passou a ser vista como inimizade e, mais grave ainda, como ameaça. O adversário virou inimigo. Diante desse fato, a primeira atitude é a do afastamento, a da dificuldade em superar as desavenças e buscar a reconciliação” (CF, Texto base, nº 56). 

Esta Campanha da Fraternidade “é uma questão transversal a todas as outras.  Chegamos a uma época em que a não fraternidade, ou seja, a inimizade social se tornou o critério determinante para boa parcela de pessoas, de grupos e da sociedade. Vivemos um período em que o valor do indivíduo se tornou predominante a ponto de não se perceber que individualidade e fraternidade se complementam. Um aspecto sem o outro é incapaz de gerar felicidade, paz, vida e segurança” (CF, Texto base, nº 58). “O isolamento, não; a proximidade, sim. Cultura do confronto, não; cultura do encontro, sim” (Fratelli Tutti, nº 30).

A corrupção é uma prática de vida que não se importa com o bem comum, mas “quer apenas ganhar, acumular bens, mesmo quem, nessa atitude voraz, deixe seres humanos à margem, abandonados, sem o mínimo necessário para viver e até mesmo sobreviver. Quem ingressa pelos caminhos da corrupção não vive a fraternidade” (CF, Texto base, nº 59).  Também a competição e a meritocracia “põem uma pessoa contra a outra, normalizando o desejo de eliminar o outro para o próprio bem” (CF, Texto base, nº 67). O paradoxo do nosso tempo é que vivemos “fisicamente próximos, mas existencialmente distantes” (CF, Texto base, nº 71).

 

Pe. Antônio Carlos D´Elboux – acdelboux@uol.com.br
Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Saltinho – SP

 

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