Conhecer as origens do dízimo é importantíssimo para quem quer ser dizimista. Só podemos aderir a algo se o conhecermos, entendermos a sua criação, sabermos seu significado, conhecermos seus objetivos. Saber as origens de algo é importante para entendermos a sua profundidade e razão de ser, para não corrermos o risco de transformar o ato de contribuir com o dízimo a Deus em um ato mecânico, restrito ao âmbito financeiro, desligando-se do seu sentido original que é a expressão da nossa fé em Deus e nosso sincero agradecimento por tudo o que Ele nos concede.
Primeiramente, é preciso esclarecer que o dízimo não foi inventado pela Igreja, que ela não tirou esta ideia do nada. O dízimo é uma resposta do homem e da mulher à bondade e à misericórdia de Deus. Separar uma parte do que se recebe e levar para a obra do Senhor é costume que remonta desde cerca dos anos 1.400 AC.
O povo de Israel foi o primeiro a crer em um Deus único e verdadeiro, criador do universo e que nossa vida é fruto do Seu querer. Passou a ser parte integrante da vida deste povo o ato de agradecer a Deus o dom da vida, retribuindo com ofertas o que de Deus recebeu. E eles retribuíam as graças e dons recebidos de Deus oferecendo a Ele a décima parte de seus bens.
O dízimo é, portanto, uma das mais antigas formas de agradecimento do ser humano a Deus. Os cristãos herdaram do povo judeu esta forma de prestar sua homenagem ao Criador.
No Antigo Testamento verifica-se a prática do dízimo, quando as pessoas reconheciam a ajuda de Deus em tudo que produziam e ofertavam a décima parte das colheitas ou dos animais nascidos aos sacerdotes nos templos.
Como exemplo podemos citar entre tantas outras passagens bíblicas as passagens do Livro de Gênesis. Este livro foi escrito no segundo milênio antes de Cristo, em aproximadamente 1400 AC. A palavra gênesis significa origem, nascimento. Foi assim chamado porque nele encontramos relatos ou narrativas sobre a origem da vida, do mundo e do povo de Israel.
Essas narrativas não são históricas, são antes de tudo reflexões do povo sobre suas origens e a origem das coisas. Seu interesse não é “dar uma explicação científica ou histórica sobre o passado, mas contar o passado para explicar a realidade que se vive no presente”.
Veja duas passagens do livro do Gênesis que citam o dízimo: “Abraão deu ao Senhor a décima parte de tudo” (Gênesis 14,20). Jacó disse: “Eu te darei a décima parte de tudo o que me deres” (Gênesis 28,22).
Vamos meditar sobre a conhecida história de Abel e Caim (Gênesis 4,1-16). Dois irmãos: o primeiro pastor e o segundo lavrador. Ambos ofereceram frutos de seu trabalho como sacrifício ao Senhor. O sacrifício de Abel agradou a Deus, mas não o de Caim. E Caim irritou-se de tal forma que acabou por matar o seu próprio irmão. Uma história triste, mas que mostra uma grande verdade.
A dureza de coração de Caim já havia se manifestado no próprio sacrifício que ofereceu ao Senhor: levou frutos do seu trabalho, mas não os primeiros frutos, enquanto Abel consagrou suas primícias. Será que Deus precisa de nossas primícias? Não é Ele o Senhor de todas as coisas? Não é o fato de Deus precisar, mas da reta intenção de nosso coração.
Deus não precisa de nada pois tudo é Dele. Ele quer precisar de algo que Ele nos deu, para conhecer o tamanho do nosso coração e da nossa generosidade. E o dízimo é a expressão do nosso amor e da nossa retribuição a Deus em sinal de agradecimento.
Você já fez a experiência do dízimo? Não? Então faça e você experimentará o amor de Deus por você de uma maneira muito plena.