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A espiritualidade do trabalho

Publicado em 9 de novembro de 2023 - 16:26:36

A Doutrina Social da Igreja considera o trabalho “como o meio que Deus aponta aos homens para cooperarem com Ele na obra da Criação, na construção da cidade terrestre. A Doutrina Social da Igreja considera, também, o trabalho como meio de elevação humana, destinando-se ao aperfeiçoamento material e moral do trabalhador, contribuindo para a sua realização” (p.98). “É urgente promover a espiritualidade do trabalho. Ela ajudará todos os homens a aproximarem-se de Deus através do trabalho. O trabalho corresponde ao desígnio de Deus” (p.99).

O trabalho pode ser considerado em duas dimensões: uma subjetiva – é como pessoa que o homem é sujeito do trabalho – e outra objetiva – as coisas que ele produz. A dimensão subjetiva do trabalho, que comporta o aperfeiçoamento moral do homem-sujeito que o realiza, não é independente da sua dimensão objetiva, cujo limite é a perfeição da obra realizada. Por outras palavras: o trabalhador melhora na medida em que trabalha bem. A perfeição interior do trabalhador consiste no trabalho bem feito, quer se trate do trabalho do varredor de rua ou do trabalho de um serralheiro ou de um médico [...]” (p.100).

Os materialistas dão “importância primordial à dimensão objetiva do trabalho, enquanto a dimensão subjetiva se deixa em plano secundário: o homem passa a ser tratado como instrumento de produção, em vez de ser considerado como sujeito eficiente. Esta inversão da ordem corresponde ao sistema econômico-social conhecido como capitalismo. O erro deste sistema verifica-se sempre que o homem for, de alguma forma, tratado da mesma maneira que todo o conjunto dos materiais de produção, como instrumento (ferramenta) e não segundo a verdadeira dignidade do seu trabalho, sujeito e autor [...]” (p.101).

No avanço do “desenvolvimento industrial foram-se delimitando, cada vez mais acentuadamente, dois mundos em oposição: o mundo do capital e o mundo do trabalho. O mundo do capital era constituído por um grupo restrito, mas muito influente, dos proprietários ou detentores dos meios de produção: patrões e empresários. O mundo do trabalho era constituído por toda aquela multidão de pessoas – um grande número - privadas de tais meios de produção e participando no processo de produção apenas com o seu trabalho” (p.103). Entre esses dois mundos gerou-se um conflito.

Para aumentar seu lucro os patrões “procuravam reduzir os custos da produção, para o que mantinham o mais baixo possível a remuneração do trabalho executado pelos operários. A exploração era completada por mais uns tantos elementos de poupança nos custos: falta de segurança no trabalho, ausência de garantias da saúde e da vida dos operários e suas famílias, etc. Tal conflito extremou-se no confronto entre a ideologia do capitalismo e a do socialismo científico ou comunismo, porquanto esse pretendia intervir na qualidade de porta-voz da classe operária, de todo o proletariado à escala mundial” (p.103).

É o Criador quem doa os recursos da natureza, enquanto os meios de produção e a técnica “são fruto da elaboração do homem, com a sua inteligência e experiência. O homem é o verdadeiro sujeito eficiente do trabalho, ao passo que o conjunto dos instrumentos e meios de produção são única e exclusivamente instrumentos subordinados ao trabalho do homem: primado do homem em relação às coisas, primado do homem no processo de produção” (p.105). O homem tem o direito de formar associações ou uniões, que tem o nome de sindicatos, para defender os seus interesses nas diferentes profissões. 

Pe. Antônio Carlos D´Elboux
Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Saltinho – SP

Referência:
CAMACHO, Ildefonso. Cristãos na Vida Pública. Coimbra, Gráfica de Coimbra, sem ano.

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