Recebemos de Deus, através de Sua presença amorosa e providencial, a sustentação espiritual e a capacidade para a vida em vários aspectos de sua realização, a saber: as nossas vocações pessoais, as nossas relações interpessoais, as nossas aptidões fundamentais que favorecem a nossa integridade como seres humanos, integridade essa que se plenifica em vista do bem comum de toda a humanidade.
A nossa fé faz crescer em nós a consciência de que tudo ao nosso redor pertence ao Pai e nos remete ao Seu amor generoso, que nos concede os bens da natureza, para que deles desfrutemos com responsabilidade e cuidado, sempre em comunhão com toda a criação.
Como contrapartida, agradecidos, oferecemos a Deus, junto à paróquia da qual participamos, o fruto do nosso trabalho – nosso dízimo. O dízimo é, portanto, um convite à generosidade, à fraternidade e à solidariedade.
A contribuição de cada cristão é a prática de um dom e não o pagamento de uma despesa: São Paulo, em sua segunda carta aos Coríntios, nos exorta: “Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama a quem dá com alegria” (2Cor 9,7).
Quanto mais expressarmos nossa generosidade em nossa oferta, mais assumimos o compromisso com o Reino de Deus, que precisa ser anunciado em todos os lugares e a todas as pessoas.
O dízimo é um compromisso do cristão autêntico e deve significar mais que uma contribuição, deve espelhar a nossa responsabilidade e o nosso comprometimento com a nossa comunidade de fé. Nesse sentido, deve se assemelhar ao modo como nos organizamos em nossa casa, sempre buscando meios para suprirmos as necessidades familiares, de modo fraterno e com a participação de todos.
“O zelo por tua casa me devora” (Jo 2,17). Esse zelo, entre outras coisas, precisa manifestar o cuidado dos fiéis no atendimento das necessidades e urgências pastorais de sua comunidade, o que torna possível planejar investimentos em infraestruturas nos espaços celebrativos e comunitários; promover a catequese e outras modalidades de formação e capacitação dos agentes pastorais; agilizar a compra dos bens necessários ao bom encaminhamento da vida na comunidade, etc.
Somos Igreja, comunidade dos comprometidos com a evangelização! Assim, o dízimo de cada fiel gera uma rede de comunhão e de comprometimento com a evangelização, pois parte do dízimo arrecadado deve ser destinado às ações evangelizadoras de toda a Diocese, o que amplia ainda mais os benefícios pastorais mantidos pelo dízimo. A Igreja nasce para continuar a missão de Cristo de anunciar o Reino de Deus em todos os cantos do mundo, a começar pelos pequenos e pobres.
Também com parte do que é arrecadado com o seu dízimo, as paróquias e comunidades podem investir no cuidado para com os pobres, seja no amparo às questões mais essenciais à sobrevivência, tais como alimentos, medicamentos, seja nos investimentos em prol de sua capacitação profissional, educacional e cultural, entre outras coisas. Quem cuida dos pequenos cuida do próprio Cristo, o pobrezinho que nasceu em Belém.
O dízimo faz você se sentir pertencente à sua paróquia e faz de você uma peça importante na comunidade da qual você participa. Pense nisso e seja um dizimista fiel.