Nós sabemos que o problema social "é tão antigo como o Homem e os grandes temas da Justiça foram sempre o centro da reflexão em todas as religiões [...] O Cristianismo, desde o seu início, tem presente, na sua mensagem, a necessidade de um programa de renovação social" (p.7).
Os escritos e as falas dos homens da Igreja, em geral, "não são convites à revolta e à violência, mas fortes persuasões para que se faça nascer um mundo novo a partir de corações novos, iniciando-se toda a renovação na conversão pessoal e no testemunho de vida, no qual os valores da novidade cristã são afirmados [...]" (p.7).
Nós, católicos, geralmente, somos caracterizados "por uma falta de formação, tantas vezes denunciada pelo Magistério da Igreja" (p.13). O Papa João Paulo II, na Carta Apostólica Tertio Millenio Adveniente (n.36), disse sobre os católicos: "Seria de perguntar quantos deles conhecem a fundo e praticam coerentemente as diretrizes da doutrina social da Igreja" (p.14).
O homem não foi criado nem vive sozinho. O próprio Deus deu-lhe uma companhia com a criação da mulher. Tanto o homem quanto a mulher são seres sociais. "É na relação com os outros, ou seja, no conviver, na convivência social, que se realiza o viver, especificamente humano" (p.21).
Os seres humanos são interligados entre si, vivendo na interdependência. No complexo social "manifesta-se, por um lado, a ajuda e a cooperação, a partilha e a solidariedade; por outro, gera-se o antagonismo e o conflito, o choque de interesses e a hostilidade" (p.22).
As relações sociais estabelecem normas e regras "que determinam os direitos e os deveres de cada um, impõem ou propõem códigos, condutas, comportamentos, fornecem uma linguagem de comunicação, criam valores, alguns morais ou ético-políticos, outros religiosos e outros, ainda, estéticos" (p.22).
Referência:
VERDETE, Carlos. Doutrina Social da Igreja. Lisboa, Paulus, 2007.