Após o término do jogo, enquanto fazíamos nosso momento de confraternização comendo um delicioso bobó de frango e mandioca, escutando uma boa música tocada pelo Pe. Maciel e cantada pelos seminaristas Jessé e Renan, eu me perguntava: “O que vou escrever para o artigo do futebol presbiteral desse mês?”. “Será se já não está ficando repetitivo as mesmas postagens? (‘Os padres venceram’; ‘seminaristas não aceitam a derrota’; ‘os padres jogam demais!’)’’.
Em verdade, cheguei mesmo ao ponto de pensar: “Vou trocar somente a data e atualizar o resultado da partida de uma postagem mais antiga”. Mas enfim, não me parece justo omitir do nosso querido povo diocesano a beleza do espetáculo que está sendo ver os padres jogar bola. Vamos, pois, ao relato do jogo (sem exageros, tal como sempre o faço):
A partida começou bastante equilibrada, famoso jogo “lá e cá”, típico de um bom clássico, o qual estamos cogitando chamar de “glorioso”, mas não vem ao caso batizar (o nome da partida) agora. Com uns 10 minutos jogados, nosso “Messi”, o padre argentino, Pe. Andrés Furlan, fez jogada individual driblando e disputando com o marcador para abrir o placar do jogo. Logo em seguida, os seminaristas empataram a partida e a mesma permaneceu com esse resultado até o final do primeiro tempo.
No intervalo, os padres notaram que apesar de terem criado boas chances de gol, eram os seminaristas que estavam dominando a posse de bola e que, dessa forma, não daríamos conta de acompanhá-los em seu vigor físico juvenil. A solução? Montar uma tática que os inibisse em seus ataques e que, ao mesmo tempo, lhes deixasse recuados diante do medo frente a inestimável técnica dos padres (Ok! Aqui acho que exagerei um pouco).
Segundo tempo retoma e o que acontece? Logo nos primeiros lances, bobeada dos seminaristas, gol dos padres. Mais um pouco e o que acontece novamente? A boa tática surte efeito e no contra-ataque, mais um gol sacerdotal. Três a um pros presbíteros. Contudo, os seminaristas não se abalaram e, bravamente, suando muito a camisa (e também canelando um pouco os padres, diga-se de passagem), aproveitando do vigor da juventude, empataram o jogo em dois lances de descuido e fadiga dos padres. E mais! Irmãos e irmãs, acreditem, os seminaristas viraram o jogo. Fizeram o terceiro gol seguido e passaram à frente no placar.
O grande diferencial dos padres, contudo, é a fé. E isso se manteve inabalável em todo o jogo. Fiéis a sua impecável e infalível tática, fechando os espaços dos seminaristas, armando boas jogadas, novamente nosso Messi fez dois seminaristas de “peteca”, deixou-os desnorteados com seus dribles e, chutando de fora da área, colocou a bola no ângulo do jovem goleiro seminarista, o qual não teve outra coisa a fazer se não a acompanhar de camarote a belíssima pintura. Jogo novamente empatado. Faltando três minutos para o término da partida, o zagueirão dos padres, o Pe. Maciel (tirando fôlego não sabemos da onde) conduziu uma arrancada que deixou os seminaristas para trás e acertou o canto do goleiro, virando novamente o jogo e o placar a favor dos padres. Dali pro final, foi só na base da experiente administração do resultado. Cinco a quatro pros padres. Placar final.
Conversando com os seminaristas no pós-jogo, os mesmos, não admitindo a derrota, alegaram que “recebemos a notícia de que os padres compraram um de nossos jogadores, justamente o nosso goleiro, o Dyeison, de 25 anos, estudante do primeiro ano de teologia [foto em seguida]. Ele se diz arrependido, mas disse ter sido forçado a cumprir sua parte no acordo, dado que almeja receber a ordenação presbiteral um dia”. Claro que essa alegação é um absurdo. Jamais que os padres fariam algo do tipo. Quando questionados sobre o como isso se deu, o seminarista Anderson replicou: “Não sabemos o como, nem qual o valor oferecido. Mas queremos a anulação do jogo!”.
Nosso tribunal eclesiástico desportivo diocesano (TEDD) está a apurar os fatos (mas como temos o chanceler do Bispado a nosso favor, não estamos realmente preocupados com a falsa acusação). Brincadeiras à parte, mais uma vez queremos agradecer a sempre constante oração e carinho do povo por todos nós vocacionados em nosso cainho de santidade presbiteral. E pedimos para que continuem rezando por santas e numerosas vocações sacerdotais em nossa Diocese.
Time dos padres: (ordem alfabética) Pe. Andrés Alejandro Furlan, IVE; Pe. Claudio Furlan; Pe. Gilson Zem Parede Garcia; Pe. Jucimar Bitencourt; Pe. Maciel da Silva, IVE; Pe. Matheus Mendes.
Time dos seminaristas: Alison Henrique Domingos (2º ano teologia), Anderson Roberto Vasques (1º ano filosofia), David Wilian Gomes da Costa (1º ano teologia), Dyeison Gabriel José Sinfrônio (1º ano teologia), Felipe Martinelli (propedêutico), Felipe Mendes Quibao (1º ano filosofia), Fernando da Silva Santana (propedêutico), Fernando Silva Colombro (propedêutico), Gustavo Sturion Mazzucatto (2º ano filosofia), Jessé Firmo da Silva (1º ano filosofia), Renan de Aguiar Dietrich (propedêutico), Talles Vieira de Barros (propedêutico), William Carlos dos Santos (1º ano teologia) [jogou emprestado no time dos padres].
Pe. Claudio Furlan
Presbítero da Diocese de Piracicaba