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Vem e segue-me

Publicado em 12 de junho de 2023 - 14:38:01

O verbo seguir indica a atitude de acompanhar alguém, andar junto com outra pessoa, caminhar na mesma direção, imitar ou aderir a uma proposta. Nas redes sociais existe um botão digital usado para que uma pessoa se torne seguidora de outra. A contagem de seguidores é importante porque permite até operações financeiras, quanto mais seguidores, mais se atrai a atenção das empresas interessadas em divulgar seus produtos. Mas o que é preciso fazer para atrair seguidores?

Quem entra nesse mercado digital tem que ter disposição para fazer coisas que atraiam a atenção. Há quem dance, quem faça receitas ou quem apresente novidades de moda e produtos. Alguns são humoristas, outros esportistas e também outros profissionais, mas geralmente é preciso fazer algo chamativo ou até extravagante para atrair a atenção. Às vezes, o influenciador faz um convite dizendo algo assim, “me segue para mais conteúdo como esse”.

As redes sociais e os influenciadores acabam tendo grande capacidade de motivar e condicionar a opinião e as escolhas das pessoas. Daí a importância de saber a quem os jovens e as crianças estão seguindo ou quais são as nossas escolhas de seguimento. Não é incomum encontrar entre os influenciadores opiniões e posições contrárias à doutrina cristã. O seguimento desses influenciadores não é uma forma de aceitação dessas ideias e doutrinas? Não estamos abrindo “brechas” nas Verdades de fé e na Tradição da Igreja?

Devemos reconhecer que mesmo entre os cristãos há quem explore essa opção de seguimento em benefício próprio, como autopromoção. Há influenciadores que abusam na livre interpretação da Palavra de Deus, outros usam as “dancinhas” para brincar com a liturgia, muita criatividade e pouca ou nenhuma ação evangelizadora. O Papa Francisco já chamou a atenção para a importância das redes sociais na evangelização, mas é preciso cuidar do caminho escolhido e das opções feitas.

No seu tempo, Jesus exerceu uma grande influência sobre as pessoas, suas palavras eram ouvidas porque suas atitudes não se separavam delas. A autoridade das palavras de Jesus estava ligada às suas atitudes. Jesus buscou seguidores entre aqueles que ouviam a sua Palavra e que não tinham medo dos desafios. Ele não fez promessas de riqueza, de reconhecimento ou glória humana, ele não realizou um show de milagres. Jesus apresentou o mistério da cruz e a redenção, a rejeição e o desprezo para os que o seguissem.

Se a nossa maneira de ser cristãos não coincide com a Palavra do Senhor, então não estamos no seu seguimento. Se somos seletivos em aceitar alguns pontos da doutrina cristã e rejeitamos outros, não estamos seguindo a Jesus. Somente a opção fundamental por Cristo pode moldar todas as nossas escolhas e atitudes, configurando a nossa vida como discípulos. Por isso, para sermos discípulos, seguidores de Jesus, não é suficiente receber os sacramentos ou ter algum ministério, é preciso mais que isso.

Os discípulos são reconhecidos pelo testemunho e pelo comprometimento de vida nova em Cristo. Eles não se juntam com os zombadores ou aqueles que distorcem a Verdade. Os discípulos prezam pela dignidade da vida humana, do nascimento até o fim natural, aceitando cada acontecimento como parte do projeto insondável do amor de Deus. Os discípulos só conseguem influenciar a realidade do mundo à medida que o seu testemunho aponta para Cristo, foi assim que os santos anunciaram o Evangelho.

Dom Devair Araújo da Fonseca
Bispo de Piracicaba

 

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