Neste artigo e em próximos, gostaria de compartilhar com os leitores alguns pensamentos deixados pelo Servo de Deus Fulton Sheen. John Fulton Sheen (nascido Peter John Sheen) foi Bispo da Igreja Católica nos Estados Unidos da América no século passado, lá falecendo em 09 de dezembro de 1979. Deixou a herança de dezenas de livros, vários artigos acadêmicos, e centenas e centenas de horas de pregações em áudio e vídeo sobre a Palavra de Deus.
Considerado o maior comunicador católico do século XX, Fulton Sheen manteve entre 1930 e 1957 um programa de rádio chamado “A Hora Católica”, ouvido por mais de 4 milhões de pessoas a cada semana, e, em 1951, iniciou sua famosa série de televisão chamada “Vale a pena viver”, um tremendo sucesso que alcançava 30 milhões de pessoas por semana e que, mesmo transmitindo valores católicos numa sociedade de raiz protestante, competia com o célebre Frank Sinatra, líder de audiência naquela época!
Responsável por conversões de diversos artistas, intelectuais, empresários e políticos de sua época, em 1979 e menos de dois meses antes de sua passagem para a Eternidade, o Papa São João Paulo II, em visita aos EUA, abraçou-o na Catedral de São Patricio, em Nova York, e lhe fez o maior elogio de sua vida: “Você tem escrito e falado muito bem do Senhor Jesus. Você é um filho fiel da Igreja!”
Tratando da “igualdade” no livro “Justiça & Caridade” (Editora Molokai, 2020), Fulton Sheen apresentou, em 1938, críticas ao capitalismo e ao comunismo, críticas essas integralmente atuais mesmo depois de 85 anos! Sobre o capitalismo, pontuou que esse sistema produziu “desigualdades injustificáveis, a concentração da riqueza e do poder nas mãos de poucos e o empobrecimento geral das massas”, o que deu nascimento ao comunismo, nascido para combatê-lo e cuja única “virtude” fora a de protestar contra as injustiças produzidas pelo capitalismo, protesto esse sempre feito pela Igreja Católica e com maior ênfase a partir do Papa Leão XIII (pontificou entre 1878 e 1903).
As críticas de Fulton Sheen não foram elocubrações filosóficas, mas partiram da análise do “Programa da Internacional Comunista”, a pedra fundamental do pensamento socialista e sua explícita defesa da eliminação da propriedade privada dos meios de produção e dos governantes que a suportam, estabelecendo-se uma utópica “sociedade sem classes”. Além do “confisco” como método de socialização das propriedades particulares, o “proletariado” deveria “suprimir impiedosamente a menor oposição da parte da burguesia” que se aliar aos “patrões”. Tudo, por certo, em nome da “igualdade”, que acaba por produzir mais e mais desigualdades, uma vez que a história nos mostra que somente os “amigos do rei”, os membros do partido comunista (o único admitido!) e outros protegidos, é que se tornam os únicos privilegiados. A extinta União Soviética, China, Cuba, Coreia do Norte, Nicarágua e Venezuela que o digam!
Prosseguindo contra a falácia da “igualdade socialista”, Fulton Sheen diagnostica com a precisão de um experimentado “médico de almas”: “O egoísmo, a injustiça, a cobiça não estão nas coisas, estão nas almas; e quando o comunismo rejeitou a religião, perdeu toda possibilidade de regenerar a sociedade”. Acrescentou que “Por mais que tagarelem aos berros acerca da ‘camaradagem’, ainda não se descobriu um jeito de tornar os comunistas, uma vez com dinheiro em seu poder, tão despojados da paixão pela riqueza, que se tornem eunucos econômicos, de maneira que o coveiro esteja tão satisfeito quanto o líder vermelho”.
E como se estivesse, hoje, nos ensinando, conclui: “O comunismo foi testado e reprovado. Começou como comunismo, agora admite que não o estabeleceu, chama o seu sistema de ‘socialismo’, mas, de fato, é um ‘capitalismo de estado’. Assim é o sistema que começa com o ódio ao capitalismo assume todas as suas más características e ignora as melhores. (...) O comunismo é o capitalismo enlouquecido, ou, melhor ainda, é capitalismo apodrecido. E se vocês quiserem uma prova concreta ... basta oferecer-lhes (aos socialistas/comunistas) a viagem de volta ao paraíso Russo (se quiser, pode trocar por cubano ou venezuelano), para que eles possam gozar da chamada ‘liberdade’ e ‘democracia’, e vejam quantos vão aceitar”.
Que Nossa Senhora, sob os títulos de “da Graça” e “do Rosário de Fátima”, nos livre desse mal!
Abraços fraternos! E fé no Ressuscitado!