Alegres na esperança, perseverantes na tribulação, assíduos na oração

Estou escrevendo este artigo antes de sabermos o resultado da eleição presidencial mais acirrada e polarizada de nossa história, eleição essa que tem dividido familiares, colegas de trabalho, amigos de longa data e nossa própria Igreja. Os institutos de pesquisa –para quem acredita em suas análises — apontam, em sua maioria, para um empate entre os dois candidatos, não esquecendo que erraram “feio”, para se dizer o menos, no resultado do primeiro turno...

Talvez a gloriosa vinda do Senhor Jesus, a Parusia, (cf. Mt 24,37 e ss), não se verifique antes disso, de maneira que acho que do dia 31 de outubro em diante deveremos seguir a vida tal como estamos agora, porém,

"Alegres na esperança, perseverantes na tribulação, assíduos na oração (cf. Rom 12,12)".

A Igreja, Corpo de Cristo que é sua Cabeça e nós seus membros (1Cor 12,27), é instituição de direito divino e contra a qual “as portas do Hades (inferno) nunca prevalecerão” (Mt 16,18). Sendo, portanto, seus filhos, amemos e cuidemos com carinho de nossa “Mãe”, que é muito maior do que cada um de nós, deixando para trás as opiniões mais ácidas e voltando às considerações refletidas, ainda que críticas.

É fundamental para nosso crescimento humano e espiritual que perdoemos os erros e excessos de seus integrantes, principalmente Padres e Bispos, por suas opiniões e comportamentos que nos tenham desagradado ao defenderem ou criticarem explicitamente algum dos candidatos, ou por emitirem opiniões com as quais não concordemos. A vida prosseguirá, prezado leitor, reforçando o convite para sermos

"Alegres na esperança, perseverantes na tribulação, assíduos na oração (cf. Rom 12,12)".

Temos muitas e diferentes formas de expressar nossa fé católica, com uma diversidade de dons e ministérios, “mas o Senhor é o mesmo” (1Cor 12,4-5). Estamos, todos, sob o mesmo “guarda-chuva” que é a Santa Igreja, representada no cotidiano pela nossa Diocese e suas Paróquias.

Sabemos que cada um de nós é convidado a complementar o “dom do outro”, colaborando, assim, com nossas orações e obras para a construção do Reino de Deus através da Igreja. Logo, tomemos cuidado com a divisão!!

Não tenho dúvida de que o Diabolos, o inimigo da natureza humana que exclusivamente trabalha para nossa perdição eterna, mostrou suas garras nestas eleições, seja incutindo em nossas mentes e corações desafeições para com membros de nossa Igreja, seja nos enfraquecendo na fé diante das muitas misérias humanas que testemunhamos nos candidatos de nossa predileção.

As eleições já terão passado quando você estiver lendo este artigo: nós, caro leitor, permaneceremos. Mesmo que sigamos seguros de nossas convicções diante da derrota do “meu candidato”, por amor a Deus, à sua Igreja e ao próximo, seja ele quem for, deponhamos as armas, respiremos fundo e continuemos na caminhada, para nossa salvação,

"Alegres na esperança, perseverantes na tribulação, assíduos na oração (cf. Rom 12,12)".

Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida e o Santo Anjo da Guarda do Brasil intercedam muito por nossa amada pátria!

Abraço fraterno a cada um!