A Conversão Pastoral é um dos temas mais discutidos atualmente na caminhada da Igreja. Tal tema ganhou destaque no Documento de Aparecida (DAp) e na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (EG), do Papa Francisco.
Para alcançar tal objetivo, é imprescindível compreender a Pastoral como anúncio da Boa Nova de Jesus e, por isso, ela deve ser compreendida como a totalidade das atividades da Igreja numa perspectiva da salvação em Cristo. Para isso, “a conversão pastoral requer que as comunidades eclesiais sejam comunidades de discípulos missionários ao redor de Jesus Cristo, Mestre e Pastor” (DAp, 368).
À luz de tão grande proposta, percebe-se um novo caminho que se inaugurou para a Igreja, dando a ela um novo olhar e, ao mesmo tempo, uma esperança pautada na determinação do caminho que se haveria de percorrer no que diz respeito à pastoral, pois uma Igreja que não sabe por onde ir é como um barco à deriva. Aparecida nos afirma que o “projeto pastoral da Diocese, deve ser resposta consciente e eficaz para atender às exigências do mundo de hoje, com ‘indicações programáticas concretas, objetivos e métodos de trabalho, formação e colorização dos agentes e a procura dos meios necessários que permitam que o anúncio de Cristo chegue às pessoas, modele as comunidades e incida profundamente na sociedade e na cultura mediante o testemunho dos valores evangélicos’” (DAp. 371).
Diante disso, o Papa Francisco apresenta-nos um novo desafio: ser uma “Igreja em saída”, superando todas as estruturas burocráticas, toda inclinação para uma Igreja de conservação. Assim nos exorta Francisco: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento” (EG, 1).
Os novos caminhos indicados pelo Papa passam pela mudança de mentalidade da própria Igreja acolhendo um novo caminho de propagação da Boa Nova de Jesus, a partir da compreensão de uma pastoral que é, ao mesmo tempo, evangelizadora e missionária. Se por pastoral se entende ação, Francisco apresenta que o modo de agir da Igreja passa agora a assumir uma identidade de uma Igreja em saída: “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! [...] Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”. (EG, 49).
Portanto, o Papa Francisco nos exorta que é necessária uma verdadeira conversão pastoral fundamentada na revisão das estruturas, a fim de que a Igreja possa ser mais missionária, sendo também acolhedora. Sabemos dos inúmeros desafios, mas devemos ter a força do Evangelho –que é para nós a Boa Nova de Jesus– e, com alegria, ser sinal do amor junto às nossas realidades.
Pe. Willian Bento
Coordenador Diocesano de Pastoral e pároco da Paróquia Menino Jesus de Praga, em Piracicaba