Estamos nos aproximando das eleições em que os destinos do nosso amado Brasil serão, uma vez mais, decididos. Por meio do voto iremos conferir autoridade aos eleitos, de modo que, desde já, você e eu devemos atentar para a grande responsabilidade que temos pela frente!
A Igreja nos ensina, com base na sua bimilenar experiência, que a política deve ser compreendida como um serviço caritativo ao bem comum e não um projeto pessoal de poder, realidade infelizmente testemunhada nos dias que correm, salvo honrosas exceções.
O número 407 do “Compêndio da Doutrina Social da Igreja” dá-nos a direção mestra: “Uma autêntica democracia não é somente o resultado de um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democráticos: a dignidade da pessoa humana, o respeito dos direitos do homem, do fato de assumir o ‘bem comum’ como fim e critério regulador da vida política”; e em seguida arremata com palavras de São João Paulo II: “Uma democracia sem valores converte-se facilmente num totalitarismo aberto ou dissimulado, como a história demonstra”.
Podemos estabelecer três valores, em verdade pilares de sustentação de uma sociedade que se pretenda “civilizada”, para um voto consciente: a vida, a família e a justiça. Um candidato que se considere cristão, ou que afirme respeitar nossos princípios, não pode deixar de defender qualquer desses valores, pois, faltando um deles, a sociedade seguirá se desestruturando. Então, é melhor não votar nele.
Deve assumir, de maneira intransigente, a defesa pela vida, da concepção até a morte natural, comprometendo-se contra todas as iniciativas (declaradas ou veladas) da diabólica “cultura da morte” que queiram implementar o aborto e a eutanásia em nosso país.
O candidato também deve pautar suas propostas em privilegiar e sustentar a família natural, nascida da união legítima entre um homem e uma mulher. Não significa dizer que deva fechar os olhos ou recusar-se a dialogar com outras realidades de famílias que temos conhecimento, mas se insurgir contra todo e qualquer ataque iníquo a essa verdadeira instituição divina.
E o candidato tem de incansavelmente lutar pela justiça, cujas antíteses são o desrespeito aos direitos dos mais vulneráveis e a corrupção. E por falar em corrupção, tenha-se em conta que ela “compromete o correto funcionamento do Estado” e introduz “uma crescente desconfiança em relação à política e aos seus representantes, com o consequente enfraquecimento das instituições” (número 411 do “Compêndio”). Qualquer semelhança com a realidade brasileira não será mera coincidência...
Finalizo com as sempre certeiras observações de Papa Francisco, tiradas do diálogo que manteve em Roma com jovens e crianças de escolas administradas pelos Jesuítas: “Os leigos cristãos devem trabalhar na política. Então, me dirão: não é fácil! Mas também não o é tornar-se padre. A política é demasiado suja, mas é suja porque os cristãos não se aplicaram com o espírito evangélico. É fácil atirar culpas ... mas eu, que faço? Trabalhar para o bem comum é dever de cristão!”
Fiquemos atentos – bem atentos! — ao que pensam e defendem os candidatos. E valorize seu voto!