A Vocação presbiteral: chamado ao serviço do Reino

Ser sacerdote é acolher a vocação. Em toda vocação há um encontro de duas liberdades: de Deus que chama e do homem que responde ao chamado. Nesta acolhida livre e consciente é que o jovem assume a palavra de Deus em sua vida: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi” (Jo 15,16). 

O batismo por sua vez é a fonte de todas as vocações. Alguns membros do povo de Deus são chamados a serem colaboradores e a assumir com zelo e fidelidade o ministério presbiteral. Isso não os tornam separados do povo de Deus, mas escolhidos, para serem pastores segundo o coração de Jesus.

A vocação presbiteral é um dom da graça e nunca um mérito do homem; não é uma promoção humana ou um projeto pessoal, mas um serviço na vida das comunidades cristãs. É um serviço em vista do Povo de Deus. 

Existem alguns pontos fundamentais no chamado ao sacerdócio. Primeiramente, o presbítero, ministro ordenado é chamado a viver a caridade pastoral, não para ser servido, mas para servir (Cf. Mc 10,45). O presbítero vai ao encontro dos mais necessitados, cura as feridas da ovelha perdida (Jo 10,11), tem compaixão e reintegra os dispersos. É servo da humanidade em vista de um “persona christi”, (pessoa do próprio Cristo). Essa caridade pastoral é a síntese de toda a espiritualidade do presbítero. A exemplo do Cristo, o bom Pastor, o sacerdote é chamado a caminhar para a santidade, dando a vida pelo rebanho (Jo 10,11). 

O Sacerdote em sua caridade pastoral é aquele que reza em favor do povo de Deus. É pela ação litúrgica da Igreja que o sacerdote também exerce a caridade pastoral. Seja pela Eucaristia, seja pelas orações cotidianas (Oração das Horas, Lectio Divina, reza do terço) é que o sacerdote cultiva uma sensibilidade espiritual pelo Povo de Deus, em vista de sua comunidade paroquial e sobretudo pela Igreja Particular e Universal.

Por fim, o presbítero é o homem da palavra. Ele tem o chamado de Deus para acolher e anunciar a palavra recebida. O presbítero sente um gosto pela Palavra, ele deixa-se tocar e quer levar esta Palavra; como diz Dom Helder Câmara: “É uma delícia, Senhor, entregar às tuas boas palavras, como quem deixa arrastar pelas grandes Águas, sem medo de afogar-se...”. Esta palavra, acolhida pelo presbítero, deve também alimentar a vida do povo de Deus. 

Que o Senhor da messe continue chamando homens ao serviço presbiteral, para que exercendo no meio do povo o seu ministério, o reino de Deus aconteça plenamente.