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Sobre a comparação… e o perdão

Publicado em 8 de março de 2022 - 14:25:33

Uma das grandes surpresas que tive nos últimos anos foi a leitura do livro “As 12 regras para a vida”, do psicólogo canadense Jordan Peterson. Na obra, Peterson pontua o que, em sua visão, são regras importantes para se considerar e ter uma vida melhor e desenvolvida. E, uma das 12 regras é a seguinte: “Compare a si mesmo com quem você foi ontem, não com quem outra pessoa é hoje.”

Esta frase, ou melhor, esta regra, de acordo com o tal livro, nos faz refletir sobre a comparação que fazemos a nós mesmos, mesmo que seja extremamente injusto. E, além disso, nos revela outra faceta interessante: temos dificuldade em lidar com as nossas faltas, as nossas falhas...temos dificuldade em nos perdoarmos.

No dicionário, um dos significados da palavra perdão é “remissão de dívida”, e parece que é assim que olhamos para nós mesmos, em muitas situações: como eternos devedores. Em nossos trabalhos, sempre considerando que aquele relatório poderia ter sido feito de outra forma. Com os nossos filhos, devedores de tempo – mesmo que nos dediquemos a eles de forma pontual e consistente. Em nossas relações, devedores de sentimentos e esforços. Conosco, em nosso interior, com nossos planos e projetos.

A verdade é que temos uma tendência em olhar para as métricas que envolvem os nossos planos de forma a desconsiderar o tempo do presente, bem como nossas circunstâncias. Buscamos, desejamos e nos martirizamos por situações e ações que estão, muitas vezes, além do nosso alcance do momento, não exatamente a nossa capacidade. A nossa regra de comparação é sempre alta, e podemos considerar que é bom que seja assim, porém, quando isso traz mais frustrações infundadas e pensamentos que fogem da realidade, isso se traduz como fuga, e não desenvolvimento.

E então, é que surge um impasse importante: tendemos a imaginar que “nada” está sendo feito por nós, da forma ideal como imaginamos e, então, é mais fácil desistir. Afinal de contas, aonde estamos indo? Se não sigo na direção desejada por mim, então, não quero fracassar. Não admito não alcançar algo, mesmo que este algo esteja completamente fora do meu campo de desenvolvimento, pelo menos no presente. E, então, vagamos frustrados por entender o quão incompetentes fomos no hoje...e o quanto éramos melhores num determinado momento...e o quanto as outras pessoas se sobrepõe às nossas realizações.

O que fazemos então? Primeiramente, é importante pensarmos em perdoarmos a nós mesmos por fazermos comparações tão injustas acerca de nós e da nossa vida. Somos humanos, somos falhos. Isto é um fato importante a ser considerado. E a nossa comparação deve ser conosco, com a nossa evolução, com a nossa progressão, com o nosso próprio caminhar. O caminho se constituí de pequenos passos dados. E, o que parece pouco ou devagar hoje, se transforma em um enorme pavimento a ser pisado em breve. Em um segundo momento, olhar com sabedoria para as nossas situações e circunstâncias, e se perguntar o que realmente conseguimos realizar, hoje, de melhor, para nós e aos outros: somos seres plásticos, temos a capacidade em nós da mudança, bem como a necessidade.

Muitas vezes entendemos que é o resultado final de algo que nos levará à felicidade e a realização, mas é justamente o oposto: o caminho, o conhecer, o refletir sobre o que estamos fazendo durante toda a nossa jornada é o que nos preenche, o que nos dá sentido e motivação.

“Não adianta ficar perto da luz com os olhos fechados”, dizia Santo Agostinho. Portanto, de nada adianta entendermos o quanto podemos nos desenvolver se não nos damos conta ou não acreditamos o que verdadeiramente podemos realizar. Sigamos entendemos a nossa capacidade humana e real de cada vez mais nos desenvolvermos por nós, para nós e, principalmente, para os outros.

Natalia Mondoni
Psicóloga
Instagram @psinataliamondoni
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