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São José, fonte de inspiração para o fiel dizimista

Publicado em 4 de março de 2022 - 13:32:36

O dízimo significa, em primeiro lugar, um gesto que cada ser humano expressa como uma resposta ao amor de Deus que nos alcança através da sua providência, misericórdia, amor e cuidado. O ser humano, ao ser alcançado pelo amor de Deus e por tudo aquilo que Deus faz em nosso favor, como resposta a tudo isso, quer contribuir com o projeto de Deus para a salvação da humanidade, devolvendo um pouco do muito que Deus nos concede todos os dias. Então, o dízimo é este meio que o ser humano encontrou de, em tudo aquilo que recebe de Deus, devolver um pouco a Ele para que a missão da sua Igreja possa se concretizar na história e na vida do mundo.

Olhando para o exemplo de São José e olhando também para aquilo que é o nosso gesto como dizimista, verificamos que São José é uma fonte de inspiração pelo seu compromisso de amor e fidelidade ao Reino de Deus, pelo qual ele ofertou toda a sua vida, abriu mão dos seus projetos em favor do projeto de Deus para a salvação da humanidade. O gesto de cada fiel, ao contribuir com o dízimo, de colaborar com a vida e missão da Igreja é, sim, um exemplo segundo São José de amor e de compromisso para com o Reino de Deus.

Todo esforço deve ser feito para que verdadeiramente o dízimo seja a principal fonte de sustentação da Igreja. Sabemos que a Igreja, para auto-sustentar-se, precisa utilizar vários outros expedientes porque, infelizmente, nós ainda não temos todo o nosso corpo de fiéis consciente e evangelizado sobre a importância do dízimo. Podemos medir qualitativamente e quantitativamente a ação evangelizadora de uma paróquia quando olhamos para o dízimo dela e constatamos que ela é capaz de sustentar as suas realidades e suas estruturas. É a certeza de um povo bem evangelizado que, verdadeiramente, pela ação evangelizadora daquela paróquia fez uma experiência de Deus e a partir desta experiência divina, se assume como Igreja e com esta Igreja colabora. Não olha mais para a Igreja como uma instituição, mas como o Corpo de Cristo, do qual ele também é um membro que deve colaborar para que esta Igreja possa subsistir e cumprir com a sua missão que é continuar a missão do próprio Jesus.

A exemplo de São José, nós também nos reconhecemos como família. Ele que consagrou toda a sua vida ao projeto de Deus para a salvação da humanidade, se fazendo protetor da Sagrada Família, e assim assumindo a família universal de todos os tempos como sua. E assim se dá o nosso gesto como dizimista: com a nossa contribuição nos tornarmos corresponsáveis pela vida e a missão da Igreja, contribuindo com o projeto de Deus para a salvação da humanidade.

Os primeiros cristãos tinham tudo em comum porque, tendo tudo em comum, não tinham nada daquilo que possuíam como seu. Já vinham da experiência com o próprio Cristo que, com certeza, na sua educação em casa, através das pessoas de São José  e da Santíssima Virgem Maria, transmitiu aos seus discípulos todo aquele gesto de viver em comunidade e na solidariedade, partilhar tudo aquilo que tinham principalmente com os mais necessitados e assim é que o nosso exemplo deve edificar a vida e a história do mundo. O dízimo é um gesto silencioso de evangelização porque, por esta atitude, vamos construindo e edificando a vida em comunidade.

São José foi o homem do silêncio. Não teve nenhum dos evangelistas que ousasse colocar uma palavra sequer nos lábios de São José. No entanto, o silêncio desse Santo não foi um silêncio de omissão, mas foi um silêncio operante, um silêncio que se expressou de uma forma gritante na sua obediência e na sua adesão ao projeto de Deus. Com essa atitude, São José respondia e se colocava prontamente a fazer a vontade de Deus. Então o nosso gesto de ser dizimista é esta fé que se expressa através de obras, uma fé viva e operante, como vai nos exortar também o apóstolo São Tiago ao nos lembrar de que a fé sem obras é uma fé morta, fazendo-nos até um desafio: “mostra-me a tua fé sem obras que eu te mostrarei a minha fé pelas obras” (Tg 2, 18). São José é este exemplo para nós de um homem que expressou a sua fé pela ação e assim devemos todos nós, pelo nosso gesto de sermos dizimistas, professar e edificar a vida da comunidade com a nossa fé que se expressa nas obras.

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