Neste mês de fevereiro, celebramos no dia 11 Nossa Senhora de Lourdes, um dos vários títulos da Santa Mãe de Deus e Nossa que evidenciamos ao longo de todo ano litúrgico. Umas das principais virtudes de Maria, sem dúvida nenhuma, é sua generosidade, a qual ela manifestou de forma ilimitada durante toda a sua vida nesta terra. Ao saber pelo anúncio do Anjo Gabriel da gravidez de sua prima Isabel, imediatamente foi assisti-la em suas necessidades até que João Batista nascesse. Nas bodas de Caná da Galileia, preocupou-se pelo bem-estar dos noivos e dos convidados quando veio a faltar o vinho, intercedendo junto a seu filho Jesus, que então realizou seu primeiro sinal ao transformar as seis talhas de água no melhor vinho que alguém pudesse saborear.
A generosidade é a virtude das almas grandes, que sabem retribuir oferecendo o que têm de melhor: Dai de graça o que de graça recebestes (Mt 10,8).
Maria nos ensinou a amar de verdade, desprendendo-se de todas as coisas e, sobretudo, de si mesma, e a dar gratuitamente. Este desfazer-nos de nós mesmos é fonte de equilíbrio. É o segredo da felicidade.
Quem é generoso dilata o seu coração e torna-o mais jovem, com maior capacidade de amar. O egoísmo nos faz pobres, é como um veneno que nos destrói com toda a certeza, ainda que às vezes lentamente. Quanto mais damos, mais nos enriquecemos. Se percebermos que, apesar da nossa luta, ainda estamos dominados pelo egoísmo, olhemos para Nossa Senhora a fim de imitá-la na sua generosidade e assim podermos sentir a alegria de dar e de receber.
Supliquemos à Virgem Santíssima que nos ensine a ser generosos, em primeiro lugar com Deus e depois com os outros. Uma maneira simples e fácil de demonstrar nossa generosidade com Deus e com os irmãos é através do dízimo que contribuímos na Igreja. Como dizimistas do Senhor, nos alegramos em dar a nossa contribuição para o Reino e receber de Deus chuvas de bênçãos.
O Reino de Deus não tem preço e, no entanto, custa exatamente tudo o que tens (lembra-se da parábola do Jovem Rico?). A Pedro e André, custou-lhes o abandono de uma barca e suas redes; à viúva, duas moedinhas de prata, isto é, tudo o que tinham.
O que é “nosso” salva-se precisamente quando o entregamos. A tua barca – os teus talentos, as tuas aspirações, as tuas realizações – não serve para nada se não a colocas à disposição de Cristo, se não Lhe permites entrar nela com liberdade, se a convertes num ídolo. Tu sozinho, com a tua barca, se prescindes do Mestre, falando sobrenaturalmente, caminhas em linha reta para o naufrágio. Só se admites, se procuras a presença e o governo do Senhor, estarás a salvo das tempestades e dos reveses da vida. Coloca tudo nas mãos de Deus: que os teus pensamentos, as boas aventuras da tua imaginação, as tuas ambições humanas nobres, os teus amores limpos, passem pelo coração de Cristo. De outro modo, cedo ou tarde irão a pique com o teu egoísmo”.
A generosidade com Deus deve manifestar-se na generosidade com os outros: O que fizestes a um destes, a mim o fizestes (Mt 25,40).
Fonte: livro “Falar com Deus”, de Francisco Fernández Carvajal.
Pe. Celso de Jesus Ribeiro
Animador Diocesano de Pastoral