Pela Graça de Deus iniciamos mais um ano: abençoado 2022 para todos!
A depender dos prognósticos que vimos e ouvimos aqui e acolá, este ano que se inicia poderá ser um tanto “cinzento”. A situação econômica e social no Brasil e no mundo preocupam, com a inflação mostrando novamente suas garras, aliado ao desemprego em alta e à dificuldade na retomada da marcha econômica.
No campo político, então, as incertezas aparentam ser maiores ainda, crescendo a batalha já iniciada entre polos ideológicos e partidários opostos por conta das eleições que sobrevirão.
E a pandemia, terminará?!
Bem por isso que é mais do que oportuno termos presente, em cada dia de 2022, a advertência de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, será salvo”.
Essa advertência se insere no chamado “discurso escatológico” de Jesus Cristo que, em termos bem simples, pode ser representado como o “final dos tempos”, a se dar após guerras, perseguições, traições, conforme narra a Sagrada Escritura. Nestas linhas não há espaço –e nem competência de minha parte!— para digressões a esse respeito, mas o sentido dessa admoestação é claríssimo em orientar nossos passos para um único caminho: o da perseverança na busca de Deus!
Não se trata de ser alarmista ou arauto de catástrofes, mesmo porque ninguém sabe o dia em que tal se sucederá (Mt 24,42). Trata-se, antes de tudo, de termos em conta a finitude e a fragilidade de nossa vida terrena, desta “vida que vivemos”. Facilmente perdemos o sentido –por medo, ignorância, ou ambos— da eternidade de nosso futuro, do nosso destino perpétuo e imutável, pois é sabido e consabido que “não ficaremos para semente”: só se morre uma vez, vindo, imediatamente em seguida, nosso julgamento (Hb 9,27). Daí porque qualquer projeto para 2022 –e mesmo algum outro de nosso interesse— será vão se não se orientar pelo “GPS da via da salvação”.
A Luz que brilha no Natal será aquela que nos afastará das trevas da dúvida e do medo em cada dia do ano vindouro, pois é inextinguível! Nossa Igreja Santa, Católica e Apostólica, possui um “arsenal” à nossa disposição, desde a Santa Missa, passando pela reza do Terço, até a mais simples das orações no início e no findar do dia. Utilize-o à vontade! E basta ter constantemente em conta que quem “perseverar até o fim, será salvo”.
As dificuldades sempre podem se converter em oportunidades para crescimento pessoal e espiritual, momentos para reafirmação de nossos bons propósitos. Elas, aliás, embora possam ser duradouras, nunca são definitivas, lembrando com São Paulo que “os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que deverá revelar-se em nós” (Rm 8,18).
Perseverar “até o fim”, e não somente “até a metade”, é essencial! Gera frutos de amor, estimula outros irmãos e irmãs a vencerem as lutas que poderiam dar por perdidas, ajuda-nos a depender mais de Deus do que de nós mesmos ou dos outros, e nos permitirá de, um dia, novamente com o “Apóstolo das Gentes”, afirmarmos: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (2 Tm 4,7).
“Começar é de todos; perseverar, de santos” (São Josemaria Escrivá, Caminho, nº 983). Então, que venha 2022! De mãos dadas com Santa Maria, Mãe de Deus, do primeiro dia ao último, perseveremos, até vencer, as lutas que iremos travar!