A Igreja apresenta o significado social do Evangelho como colaboração para a construção da comunidade humana, tornando a doutrina social base da moralidade no “verdadeiro bem da humanidade e no empenho de criar condições que permitam a todo homem realizar a sua vocação integral [...]. Também a nova evangelização inclui entre suas metas o anúncio da doutrina social da Igreja" (p.294). A pastoral social “é a expressão viva e concreta de uma Igreja plenamente consciente da própria missão evangelizadora das realidades sociais, econômicas, culturais e políticas do mundo” (p.295).
A nova evangelização apregoa que sua mensagem social “encontrará credibilidade primeiro no testemunho das obras e só depois na sua coerência e lógica interna” (p.295). A doutrina social da Igreja faz com que se confronte a mensagem evangélica com a realidade social “conformando-as com as exigências da moral cristã” (p.295). O ensino da Igreja no campo social “é um ponto de referência indispensável para uma formação cristã completa” (p.296). A doutrina social deve ser base “de uma intensa e constante obra de formação, sobretudo da que se dirige aos cristãos leigos (p.297).
A doutrina social também deve fazer parte da formação dos presbíteros e dos candidatos ao presbiterato desenvolvendo “um conhecimento qualificado do ensino e da ação pastoral da Igreja no âmbito social e um vivo interesse pelas questões sociais do próprio tempo” (p.298). Além, disso, a “doutrina social é um instrumento eficaz de diálogo entre as comunidades cristãs e a comunidade civil e política, um instrumento apto para promover e para inspirar atitudes de correta e fecunda colaboração, segundo modalidades adequadas às circunstâncias” (pp.298-299).
A doutrina social ainda “é um terreno fecundo para o cultivo do diálogo e da colaboração no campo ecumênico, que se realizam em diversos âmbitos [...]” (p.299). Ela “se caracteriza também por um constante apelo ao diálogo entre todos os crentes das religiões do mundo, para que saibam compartilhar a busca de formas mais oportunas de colaboração: as religiões têm um papel importante para a consecução da paz, que depende do empenho comum em vista do desenvolvimento integral do homem” (p.299). Em cada diocese, o Bispo tem a responsabilidade de promover seu ensinamento e sua difusão.
Os cristãos leigos devem “fortificar a sua vida espiritual e moral, amadurecendo as competências exigidas para o cumprimento dos próprios deveres sociais” (p.303) e agindo “segundo as exigências ditadas pela prudência: é esta a virtude que dispõe a discernir em cada circunstância o verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para cumpri-lo. Graças a ela se aplicam corretamente os princípios morais aos casos particulares. A prudência se articula em três momentos: clarifica a situação e a avaliação, inspira a decisão e dá impulso à ação” (p.303).
Os cristãos leigos devem promover a “dignidade de toda pessoa, o bem mais precioso que o homem possui, é a tarefa essencial, ou antes, em certo sentido é ‘a tarefa central e unificadora do serviço que a Igreja, e nela os fiéis leigos, são chamados a prestar à família dos homens” (p.306). “A promoção da dignidade humana implica, antes de tudo, a afirmação do direito inviolável à vida, desde a concepção até a morte natural, primeiro entre todos e condição para todos os outros direitos da pessoa” (p.307). A cultura é um campo privilegiado para os cristãos leigos agirem na ação social, na educação e na política.
Pe. Antônio Carlos D´Elboux – acdelboux@uol.com.br
Pároco da Paróquia Imaculado Coração de Maria
Rio Claro
REFERÊNCIA
Pontifício Conselho “Justiça e Paz”. Compêndio da Doutrina Social da Igreja. São Paulo: Paulinas, 2005.