Estamos às portas de celebrar, mais uma vez, o maior evento da história da humanidade: Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido de uma mulher, que veio fazer morada conosco.
C. S. Lewis, grande escritor inglês do século passado, disse que Jesus veio tão silenciosamente e com tanta discrição, porque estava destinado a ingressar clandestinamente detrás das linhas inimigas. Sim, Jesus Cristo se encarnou para atacar e destruir as forças malignas deste mundo não com violência ou agressões físicas e morais, mas com o poder de um amor incompreendido até os dias de hoje, o poder do Amor, o Amor de Deus por mim e por você, incondicionado e infinitamente maior do que nosso amor por Ele.
Interessante constatar que não celebramos o nascimento dos grandes personagens da história e que estabeleceram impérios em suas épocas, como Alexandre o Grande, Cesar Augusto, ou Napoleão Bonaparte. Muita gente, aliás, nem sabe quem foram... Mas por que não os celebramos? Porque o Senhor da história –da nossa história!— é um só: Jesus Cristo, o Filho de Maria.
Para recepciona-Lo de modo digno, a Santa Igreja Católica convida a vivermos os dias que precedem o Natal com o “Tempo do Advento” (Adveniens, “o que está por vir”), período inaugural dos anos litúrgicos. É um tempo de espera vigilante e de preparação do coração, com o convite para nos aprofundarmos no mistério da Encarnação; tempo, ainda, de exercitar a paciência para o enfrentamento das dificuldades do cotidiano e da natureza que forem, para o quê atos de penitência são mais do que bem-vindos; tempo, enfim, para uma séria reflexão pessoal e que nos propõe conversão para uma vida mais simples, mais desapegada das coisas e pessoas, mais voltada para as “coisas do Alto” (Colossenses 3, 1-4).
Nessa proposta de conversão, é necessário termos em conta que o Natal não pode ser confundido e nem se resume, como muito se tem visto ultimamente, com um período em que simplesmente trocamos presentes e fazemos refeições opulentas. Nada contra trocar alguns presentes –os “magos do Oriente”, a propósito, presentearam o Menino Jesus com ouro, incenso e mirra (Mt 2, 11)— ou preparar uma gostosa comida de festa, desde que seja por Jesus e para Jesus, pois substituir a sacralidade desse profundíssimo mistério pelo consumismo ou por meros prazeres mundanos, e nisso permanecer, significará que não entendemos absolutamente nada do real sentido do Natal.
Como Jesus ficaria satisfeito se não nos esquecêssemos dos nossos irmãos e irmãs mais necessitados, e, nos dias que antecedem o Seu Natal, os ajudássemos de alguma maneira, visitando-os para levar uma palavra de esperança e aquecer seus corações, levando-lhes um pequeno presente ou lhes ajudando em outras necessidades, sempre com vistas a terem, como nós pretendermos ter, uma “noite feliz”! Pois “cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40).
Eu quero que Jesus renasça no meu coração e rogo ao Pai do Céu que Ele também venha fazer morada no seu coração, estimado leitor! É simples: basta querer, basta pedir com fé: “Maranthá! Vem Senhor Jesus!”
Um profundo Advento para você! E um abençoado Natal para todos nós!