Sabe-se que 40% dos cânceres poderiam ser prevenidos se todas as medidas de prevenção baseadas em evidências fossem adotadas e colocadas em prática, mostrando assim o potencial da prevenção primária no controle do câncer.
A prevenção primária tem como objetivo impedir que o câncer se desenvolva, incluindo adoção de um modo de vida saudável e evitando a exposição a substâncias causadoras.
A ciência comprova que as bebidas alcoólicas podem provocar câncer, mas essa informação ainda é desconhecida pela maioria da população.
Álcool é a forma popular de chamar o etanol ou álcool etílico, e o consumo deste está associado a mais de 4% dos casos de câncer diagnosticados no mundo em 2020 (cerca de 741,3 mil), o que pode ser evitado, já que existe a prevenção.
Essa taxa é a conclusão de um estudo publicado em julho/2021, na revista científica The Lancet Oncology, que destaca a ligação direta entre o consumo de bebidas alcoólicas e os cânceres de mama, de boca, de garganta, de laringe, de esôfago, de fígado, de cólon e de reto.
Ainda que a maior parte dos casos esteja associada ao consumo excessivo de álcool, a ingestão moderada de bebidas alcoólicas também aumenta o risco de desenvolver a doença.
Eventos repetidos de consumo de álcool, mesmo em quantidades menores de álcool, podem ter um efeito carcinogênico maior nos órgãos gastrointestinais, do que o consumo de maiores quantidades de álcool em menor frequência.
Conforme as estimativas, o consumo diário de um pequeno copo de cerveja ou um pequeno copo de vinho — o equivalente a até 10 gramas de álcool — contribuiu para algo entre 35,4 mil e 145,8 mil casos de câncer no ano passado.
Definir o padrão de consumo é desafiador, tanto para os pesquisadores como para os profissionais de saúde. Como homogeneizar esse padrão, uma vez que cada bebida tem uma graduação diferente? É importante definir o “drink”, pois você conseguira definir o paciente e qual será esse padrão, ou seja, estabelecer a quantidade de álcool consumida pelo seu paciente é importante para estratificar o risco, pois quanto maior a dose ingerida e o tempo de exposição, maior será o risco de desenvolver os tipos de cânceres já citados.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) diz que é preciso urgentemente conscientizar sobre a relação entre o consumo de álcool e o risco de câncer entre os responsáveis políticos e o público em geral. As estratégias de saúde pública, como reduzir a disponibilidade de álcool no varejo, expor no rótulo das bebidas alcoólicas advertências sobre os riscos e restrições de publicidade podem reduzir a taxa de casos de câncer causados.
Já a OMS nos traz 5 pilares, que declara eficazes, para enfrentar o consumo e a produção do álcool, que são eles: limitar disponibilidade; ampliar restrições de beber e dirigir; ampliar restrições à publicidade, patrocínio e promoção; taxação e aumento do preço; e o acesso da população ao diagnóstico e intervenções breves de tratamento.
Conscientizar e educar toda a população no que se refere a todos os riscos e perigos que estão relacionados ao consumo do álcool e a saúde tanto física como mental, é de extrema relevância para que o mesmo tenha o entendimento da importância da prevenção.
Enfim, para a prevenção de câncer não há níveis seguros de ingestão de bebidas alcoólicas, o melhor mesmo é não consumir.