Família. Se recorrermos ao dicionário para entendermos o significado desta palavra, vamos ali encontrar: “Grupo de pessoas vivendo sob o mesmo teto”; “Grupo de pessoas com ancestralidade em comum”. De fato, o sentido é esse, mas, mais do que apenas dividir o mesmo teto e a mesma ancestralidade, é um grupo de pessoas altamente conectadas a partir de vias afetivas, cada qual com o seu papel e importância. Porém, com os desafios da vida contemporânea, sabemos que, muitas vezes, a vida familiar encontra os seus desafios para se manter como um ambiente de integração e amorosidade.
Dentre diversas dificuldades que observamos, podemos entender a comunicação como uma lacuna importante nas relações familiares. E, ao mesmo tempo, nos perguntamos como isso é possível, pois nunca tivemos tantos meios de comunicação disponíveis e facilitadores para que essa comunicação aconteça. Então, talvez possamos nos perguntar: A nossa atenção está voltada exatamente para o que precisamos fazer, pensando em nossas responsabilidades e circunstâncias, ou para as coisas que nos são mais convenientes e fáceis?
Temos as ferramentas para facilitar a nossa comunicação em geral, mas elas também têm nos afastado do olho no olho, das situações em que somos mais exigidos do que simplesmente “rolar o dedo” por uma tela: nosso filho solicitando nossa presença em uma brincadeira, nosso cônjuge aguardando por uma conversa sobre algum assunto importante. Então, o círculo vicioso muitas vezes instala-se exatamente aí: cada um em seu canto, com suas próprias abstrações, enquanto temos um certo cansaço que nos abate e onde deixamos que nossa afetividade não seja alimentada – sim, pois precisamos da presença e da atenção para que isso aconteça. E as consequências, muitas vezes, se fazem presentes: casais que vão para a separação por coisas (simples) que não foram ditas ou esclarecidas; filhos que não sabem qual o pensamento da família – e que podem pedir ajuda - sobre as próprias dificuldades que estão passando, dentre diversas outras coisas que podem aqui caber quando falamos sobre dificuldades.
Ou seja, sem diálogo e comunicação não há conexão. Pode haver a questão sanguínea, o teto sobre a cabeça, porém não construímos laços firmes com quem dividimos a vida. E, obviamente, perdemos a oportunidade para amar e admirar mais nossos familiares: amos e admiramos aquilo a que conhecemos mais profundamente.
Então, vamos pensar e refletir sobre algumas atitudes que muitas vezes temos, mas que podem ser prejudiciais para a comunicação em família?
Mas o que podemos fazer, então, para melhorar a comunicação familiar?
Portanto, é de suma importância que nos atentemos a como vamos construindo as nossas relações familiares, pois relacionamentos familiares saudáveis contribuem na construção de indivíduos mais seguros, confiantes e com uma capacidade de viver melhor, muitas vezes até nas dificuldades que encontramos pela vida. E, com certeza, a comunicação madura engrandece essas relações e colaboram nessa construção.
“Quer fazer algo pela paz mundial? Vá para casa e ame a sua família.” (Madre Teresa de Calcutá)
Com carinho,
Natalia Mondoni
Psicóloga
Instagram @psinataliamondoni