Amados irmãos em Cristo. Neste mês vamos refletir o ápice da Missão de Jesus, sua Paixão, Morte e Ressurreição que, no Evangelho de Lucas, compreende os capítulos 22 a 24. Jesus nos é apresentado como “o mártir fiel e paciente, o justo perseguido que, através da perseverança e bondade, torna-se fonte de salvação para todos os que o encontram” (Rinaldo Fabris). Deste modo, em Jesus se concretiza o projeto salvífico do Pai que, pela ação do Filho, oferece a todos, por meio da conversão, o perdão.
Lucas tem como característica envolver o leitor no seguimento de Jesus e, por isso, as atitudes de Jesus, em seu momento derradeiro, dava esperança aos discípulos que, na comunidade lucana, já começam a passar pelas primeiras perseguições. “Assim como Jesus é o mártir fiel ao Pai e solidário com os homens, assim o segue o discípulo, levado por uma sintonia interior com a pessoa de Jesus” (Rinaldo Fabris).
Na Ceia, Jesus dá as últimas recomendações para seus discípulos sobre a fidelidade, os perigos e os riscos do tempo futuro. Neste sentido, a celebração eucarística ocupa a centralidade na vida da Igreja, onde toda a comunidade cristã deve ser modelo de fé e de fidelidade. “O centro da nova páscoa é Jesus, a sua palavra e o seu dom, que estão sendo continuamente recordados e atualizados na comunidade dos discípulos que, ainda hoje, se reúnem para celebrar a páscoa” (Rinaldo Fabris).
Da Ceia ao Calvário, Lucas apresenta a seguinte ordem: 1) Preparação para a Ceia Pascal (Lc 22,7-13); Nova Páscoa (Lc 22,14-23); Promessas aos Discípulos e à Comunidade (Lc 22,24-38); Oração no Monte das Oliveiras (Lc 22,39-46); A prisão de Jesus (Lc 22,47-53); Negação de Pedro (Lc 22,54-65); Jesus diante do Sinédrio, Pilatos e Herodes (Lc 22,66 - 23,12); A Condenação de Jesus (Lc 22,13-25) e o Caminho da Cruz (Lc 23,26-32).
A morte de Nosso Senhor na cruz marca o começo da mudança ou conversão dos fiéis. É o ultimo gesto de solidariedade de Jesus, que oferece a todos que se convertem a salvação. “Não há situação humana de miséria e de pecado que exclua alguém da salvação; também para o bandido que morre por causa de seus delitos há esperança de futuro”.(Rinaldo Fabris). O sepultamento de Jesus foi apressado pela proximidade do repouso sabático. José de Arimatéia concedeu a Jesus o último gesto de piedade humana: um sepultamento digno, honrado, num sepulcro novo.
O último capítulo do Evangelho nos fala da Ressurreição de Jesus e também do pleno cumprimento de todas as promessas e expectativas de salvação. “Em Jerusalém se revela a grande ação salvadora de Deus, a morte e a ressurreição do Messias; aqui ele, como o ‘vivente’ e glorificado, encontra os seus discípulos para enviá-los a todos os povos” (Rinaldo Fabris). Este capítulo nos apresenta três partes muito importantes da ação do Ressuscitado: 1º) O anúncio da ressurreição às mulheres, perto do sepulcro, é orientado ao grupo dos onze que estão ao redor de Simão (Lc 24,1-12); 2º) O reconhecimento do Senhor por parte dos dois discípulos de Emaús (Lc 24,13-35) e 3º) A aparição final de Jesus aos onze, que marca todo o evento pascal, e com a promessa da missão universal, inaugura a caminhada da Igreja (Lc 24,36-53).
Portanto, o ápice da ação de Jesus marca a plenitude da universalidade da salvação. A partir de agora, a Igreja deve continuar a missão de Cristo que, reunida ao redor do Senhor ressuscitado pela força do Espírito, continua, no mundo, a obra de salvação.
Pe. Willian Bento
Pároco da Pároquia Menino Jesus de Praga - Piracicaba