Na caminhada de semear a esperança, um elemento fundamental é a pessoa do catequista. Mais do que os métodos ou materiais utilizados, algo que torna fecundo o anúncio do Evangelho é o testemunho autêntico daquele que anuncia. O catequista é chamado a ser sinal vivo da fé que professa, a encarnar a semente que lança, revelando em sua vida a transformação que a Palavra de Deus provoca.
A exigência do testemunho não é mero idealismo: é uma necessidade pastoral. Em tempos de tantas dúvidas e incredulidades, as palavras isoladas perdem peso diante da coerência de vida. Um catequista que não vive os valores que ensina corre o risco de semear sementes que não germinam, porque o coração daquele que ouve percebe essa contradição e pode se fechar para o anúncio. Por isso, a fidelidade à verdade da fé se tem que se manifestar também na integridade do viver.
Essa fidelidade não se reduz a repetir fórmulas ou catecismos sem consciência. Requer profunda adesão ao tesouro da fé, que está enraizado na Escritura, na Tradição e no Magistério da Igreja. O catequista não tem liberdade para adaptar ou modificar a Palavra para agradar ou evitar rejeições. A missão é apresentar a verdade com coragem, clareza e amor, mesmo sabendo que essa verdade pode ser recusada.
A Igreja nos conduz historicamente a preservar essa fidelidade apostólica. A fé não é fruto de opiniões pessoais, mas dom recebido e transmitido de geração em geração. Mesmo diante de pressões culturais, ideológicas ou sociais que tentam diluir ou distorcer o núcleo da fé, o catequista deve permanecer firme. Esse forte compromisso garante que o anúncio continue sendo fruto do Espírito e não de interesses humanos.
É verdade que o anúncio fiel pode causar divisões. Jesus mesmo alertou seus discípulos que seu Evangelho provocaria rupturas. No entanto, essa separação não nasce do arbítrio da Igreja, mas da adesão livre ou recusa da verdade revelada. O catequista, portanto, deve acolher com amor todos, mas não abrir mão da fidelidade à fé recebida. O compromisso é com a Salvação das almas, por meio da verdade do Evangelho.
O testemunho do catequista é também evangelizador quando reconhece suas fragilidades e abre espaço para a misericórdia e o perdão. Ninguém é perfeito, mas a sinceridade na busca da santidade e a coerência mesmo diante das dificuldades enriquecem a missão. O catequista é um sinal da Igreja viva, caminhando com seus passos ao lado dos catequizandos.
Por fim, sabemos que o semeador não colhe sozinho. Jesus é o Senhor da semente e da colheita. O catequista atua sempre em comunhão com a Igreja, especialmente com o bispo, que garante da fé apostólica na Diocese. Nessa comunhão, a missão é partilhada e fortalecida para que a semente do Evangelho chegue a todos os corações.
No próximo artigo, refletiremos sobre o fruto dessa missão – a qualidade dos frutos e a perseverança necessária para continuar semeando a esperança, confiando que a graça de Deus se manifesta também em medidas pequenas, porém verdadeiras.
Leia aqui o 2º artigo da série “Semeadores da Esperança”