A maior parte das obras realizadas com os recursos do dízimo não está visível aos olhos de todos. Quem acompanha o dia a dia da comunidade sabe exatamente onde cada centavo arrecadado está sendo aplicado. No entanto, todo dizimista pode, tem o direito e até deve buscar informações sobre o destino do seu dízimo. Isso faz parte da mesma fé que o levou a estabelecer essa intimidade com Deus.
Uma senhora afirmou que era dizimista, mas entregava seu dízimo diretamente a um pobre que conhecia, pois assim conseguia ver para onde seu dinheiro estava indo. Ao ser questionada sobre quantas vezes havia participado de uma reflexão sobre o dízimo na igreja, respondeu — como era de se esperar — que nunca. Outro senhor disse que estava com a consciência tranquila, pois havia entregue seu dízimo. Pensava erroneamente que, se alguém fez mau uso do dinheiro, o problema era dessa pessoa. No entanto, esse pensamento está equivocado. Não é porque entregamos o nosso dízimo que nossa responsabilidade para com a Igreja termina ali.
Muitos que desobedecem às leis de Deus o fazem por desconhecimento. A culpa, portanto, não é apenas dos desobedientes, mas daqueles que são responsáveis por tornar essas leis conhecidas. O dízimo nem sempre é destinado àquela obra idealizada pelo dizimista. Por exemplo, a parcela que contribui para a formação de um padre dificilmente estará diante dos olhos do povo, mas todos sabem que o futuro sacerdote vive nos seminários, onde se prepara para nos servir.
Compreendemos que o dizimista que condiciona sua contribuição à realização de obras visíveis na igreja deveria procurar entender o motivo da ausência dessas obras. Pode ser que o dízimo esteja sendo utilizado apenas para cobrir despesas fixas, não sendo suficiente para grandes projetos. Nesse caso, o dizimista poderia se engajar na equipe de animação pastoral, pois talvez faltem trabalhadores na missão de conscientizar o povo acerca do dízimo.
Se o cristão não tiver consciência de que deve entregar o dízimo e acompanhar sua aplicação, realmente pode não perceber a utilidade do seu gesto.