Sem a misericórdia de Deus, nada seríamos. É por sua bondade que vivemos. Se produzimos, é porque recebemos tudo por sua graça. Se temos, foi Deus que nos deu condições para adquirirmos. Nossa inteligência, sabedoria, capacidade para aprender, vontade de crescer, o sol, a terra, o mar, o ar que respiramos, o que vemos e não vemos, o que o ser humano já descobriu e o que está tentando descobrir foram projetados e criados por Deus para todos nós, indistintamente, até mesmo para aqueles que duvidam de sua existência. Deus é bom também para com os ingratos e maus: “Ao contrário, amem seus inimigos, façam o bem e emprestem, sem esperar coisa alguma em troca. Então, a recompensa de vocês será grande, e vocês serão filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e maus” (Lc 6,35).
A presença do homem diante do altar, tendo em mãos o seu sacrifício pessoal, é um sinal forte de adesão a Deus. Este gesto é infinitamente mais importante do que o dinheiro, o papel, a moeda, e agrada mais ao Criador do que qualquer soma. Quando entendemos isso, damos graças e passamos a ser fiéis à nossa comunidade. Mais ainda, descobrimos que ser dizimista é pouco diante de tudo que já recebemos e que ainda vamos receber. É necessário um sacrifício maior: dar testemunho e anunciar Deus a todas as criaturas. Se isso fica claro, superamos nossas vaidades pessoais e nos libertamos do “deus” dinheiro: “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas. E nossa relação com o Deus verdadeiro passa a ser mais íntima e profunda para nossa suprema glória.” (Mt 6,24).