O Cardeal Dom Cláudio Hummes, relator geral do Sínodo dos Bispos para a Pan-Amazônia, esteve no último dia 25 de setembro na Diocese de Piracicaba para realizar a conferência “Sínodo para a Amazônia: novos caminhos para a Igreja”. O encontro aconteceu no Salão de Festas da Paróquia São Judas Tadeu, em Piracicaba, com aproximadamente 800 participantes e foi organizado pelo Núcleo Diocesano de Ecologia Laudato Sì e pelo Curso Diocesano de Teologia.
O evento teve a coordenação do frei Marcelo Toyansk Silva Guimarães (OFMCap), animador diocesano do Núcleo de Ecologia Laudato Sì e Animador Nacional da Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação dos Frades Capuchinhos do Brasil e a presença do bispo diocesano Dom Fernando Mason, do coordenador diocesano de pastoral, padre Kleber Fernandes Danelon e do diretor do Curso Diocesano de Teologia, padre Adalton Roberto Demarchi.
Dom Cláudio abordou a caminhada de preparação para o Sínodo, desde o anúncio em 2017, ressaltando a preocupação do Papa Francisco, nos chamando a procurar caminhos novos para a Amazônia. Ele destacou pontos do Documento Preparatório como a necessidade de consolidar o rosto amazônico da Igreja na Amazônia e formar um clero autóctone (indígena).
Dom Cláudio falou também da importância da Rede Eclesial Pan-Amazônica, como um serviço de articulação da região. “Há muita solidão na Amazônia, muito isolamento”, afirmou.
Durante o processo sinodal aconteceu a escuta dos povos, com a consulta às bases. “Foram ouvidas 80 mil pessoas”, lembrou Dom Cláudio, sobre como a Igreja pode e deve fazer para preservar a vida, entre outras questões.
No encerramento Dom Cláudio salientou que a missão da Igreja é o cuidado da Casa Comum, já que somos filhos dessa terra e, portanto, temos que cuidar dela.
No dia 26, pela manhã, Dom Claúdio discorreu sobre o mesmo tema para o clero diocesano de Piracicaba, durante a 3ª Reunião Geral do Clero, no Centro Diocesano de Formação, localizado no bairro Nova Suíça.
SÍNODO DOS BISPOS - O Sínodo dos Bispos foi instituído por São Paulo VI, em 15 de setembro de 1965, com o Motu Proprio Apostolica Sollicitudo. Sua instituição ocorreu no contexto do Concílio Vaticano II, que, com a Constituição dogmática Lumen Gentium, concentrou-se amplamente na doutrina do episcopado, solicitando a um maior envolvimento dos bispos cum et sub Petro em questões que afetam a Igreja universal.
SÍNODO PARA A PAN-AMAZÔNIA – Em 15 de outubro de 2017, o Papa Francisco convocou a Assembleia Sinodal para a Pan-Amazônia, tendo como finalidade principal “encontrar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, sobretudo dos indígenas, muitas vezes esquecidos e sem a perspectiva de um futuro sereno, e também por causa da crise da floresta Amazônica, pulmão de importância fundamental para o nosso planeta”, reitera o texto de Papa Francisco.
O Sínodo Pan-Amazônico é um grande projeto eclesial, cívico e ecológico que visa superar confins e redefinir as linhas pastorais, adequando-as aos tempos atuais.