Bispo ordena quatro diáconos transitórios para a Diocese; conheça os candidatos ao sacerdócio

Dom Devair e os padres reitores dos seminários diocesanos com os quatro seminaristas que serão ordenados diáconos

Nesta sexta-feira, 15 de agosto, Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, a Diocese de Piracicaba celebra a ordenação de quatro diáconos transitórios. A Santa Missa com rito de ordenação, na Catedral de Piracicaba, às 20 horas, será presidida pelo bispo Dom Devair Araújo da Fonseca e marcará um passo decisivo na vida dos seminaristas Alisson Henrique Domingos, Guilherme Bianchini Minosso, Lucas Gomes de Sousa Farias Simões e Manollo Pereira de Oliveira, que se preparam para o ministério presbiteral.

Os diáconos transitórios exercem funções próprias do diaconato — proclamação da Palavra, serviço da caridade e atuação na liturgia — vivendo essa etapa como preparação para a ordenação sacerdotal, prevista para os próximos meses. A seguir, cada um deles compartilha o significado deste momento em sua caminhada vocacional e explica o lema escolhido para a ordenação. Confira:

Alisson Henrique Domingos

“Há oito anos tomei uma decisão bastante desafiadora em minha vida: abandonar os projetos pessoais que até então mantinha — estava concluindo o curso de Engenharia Agronômica na USP — para abraçar um novo projeto, o de dedicar minha vida ao Reino de Deus. Vivenciar a ordenação diaconal é, para mim, uma grande alegria: a de poder dar um passo decisivo na resposta a Deus, que me chamou a anunciar sua Palavra. É a concretização e a aceitação, por parte da Igreja, da minha decisão de me configurar inteiramente a Nosso Senhor; no caso do diaconato, a Cristo Servo.

Para lema da minha ordenação diaconal, escolhi: Tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt. Trata-se de uma frase de São Luís Maria Grignion de Montfort, presente em seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, que significa: ‘Sou todo teu, e tudo o que é meu é teu’. Nossa Senhora sempre esteve muito presente em minha vida, e essa frase resume minha devoção a ela. Por meio dela e com ela, quero servir a Nosso Senhor e à sua Igreja.

Por fim, somos felizes por um dia termos correspondido ao chamado de Deus. Até aqui, Ele sempre nos sustentou e fez valer a pena cada segundo. Que nossa ordenação seja momento de festa não apenas para nós, mas também para todos aqueles que conviveram e participaram de nossa caminhada. E, sobretudo, que seja um autêntico testemunho de entrega, para que tantos outros jovens possam igualmente doar suas vidas a Deus e entoar o mesmo cântico da Virgem Assunta ao Céu: ‘A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque Ele fez grandes coisas em meu favor’.”

Guilherme Bianchini Minosso

“A ordenação diaconal representa um momento profundamente significativo em minha caminhada vocacional. É uma entrega total, na qual a promessa de servir a Deus e à Igreja é confirmada publicamente. A emoção que sinto mistura gratidão e alegria por este chamado, com a consciência da responsabilidade que ele traz. Sinto-me pequeno diante da grandeza do ministério, mas fortalecido pela certeza de que é Deus quem conduz cada passo. O rito de ordenação é o ponto de partida de uma vida dedicada à caridade, à proclamação da Palavra e à liturgia, servindo à Igreja em suas necessidades.

O lema que escolhi foi: Magnificat anima mea Dominum, ou seja, ‘A minha alma engrandece o Senhor’ (Lucas 1,46). Retirado do Magnificat de Maria, é a expressão máxima de louvor e gratidão a Deus. Escolhi este lema porque ele manifesta um ato de profunda fé: a alma que engrandece o Senhor é a mesma que se coloca a serviço. O diaconato não é apenas um título ou função, mas uma entrega amorosa que reflete a humildade e a disponibilidade de Maria. Assim como ela se entregou inteiramente à missão que lhe foi confiada, o diácono também se entrega para servir, com a certeza de que é Deus quem realiza a obra por meio de suas mãos.

A essência deste lema está no entendimento de que servir à Igreja é a forma mais concreta de engrandecer a Deus. No zelo pela liturgia, na caridade e na pregação da Palavra, a alma do diácono encontra sua realização. Assim, o serviço diaconal se torna um cântico vivo de louvor, uma resposta generosa ao chamado divino. Ao servir, o diácono não busca a própria glória, mas faz com que a glória de Deus se manifeste no mundo, ecoando a voz de Maria: ‘Minha alma engrandece o Senhor’.”

Lucas Gomes de Sousa Farias Simões

“A cada pessoa que encontro, percebo um olhar profundo e um sorriso entusiasmado: ‘Está chegando!’, dizem. Por um lado, sinto-me realizado, pois Deus me confirma e sustenta todos os dias. Por outro, pesa a responsabilidade que este ministério carrega. No centro, porém, está a confiança de quem já experimentou as maravilhas que Deus pode realizar.

Quia fecit mihi magna, qui potens est — ‘O Poderoso fez em mim maravilhas’ (Lc 1,49) — é o lema que escolhi para iluminar o ministério diaconal que hoje receberei da Igreja, justamente por reconhecer que o Senhor é maior que tudo; sua glória e bondade não têm fim, mesmo que não sejamos merecedores — porque nunca o somos.

Por fim, agradeço e peço, cada vez mais, que o Povo do Senhor confie suas orações pelas vocações. Sempre que o caminho parece pesado e difícil, recordo-me de tantos que rezam por mim e logo encontro forças para continuar, apesar das dificuldades. Essas orações são alívio e conforto na caminhada!”

Manollo Pereira de Oliveira

“Viver os dias de preparação para o diaconato tem sido experimentar o amor esponsal de Deus, que deseja fazer de mim um servidor. A alegria da ordenação diaconal é fruto da oração de todo o povo que reza por mim e por meus irmãos. Por isso, trago no coração o desejo de corresponder com minha vida ofertada, unindo-me a Cristo Servo pela nossa Igreja.

Sou fruto da misericórdia! Por essa razão, meu lema de ordenação exprime a realidade imerecida e vulnerável da minha vida: Quid retribuam Domino pro omnibus quae retribuit mihi? (Sl 115) — ‘Que poderei retribuir ao Senhor por tudo o que Ele fez em meu favor?’. Minha resposta é: com o que tenho de mais valioso — minha própria vida.

A alegria é da Igreja de Piracicaba, é minha e de meus irmãos seminaristas, que sonham em viver este momento tão sublime. Que todas as nossas ações aspirem a fazer com que Jesus seja conhecido e amado por toda a eternidade!”