“Natal não é uma festa como outra qualquer. Não é aquilo que cada vez mais se tenta impor pelas realidades do mundo: um Natal sem Jesus, sem a esperança no Senhor, uma festa só para troca de presentes e encontro entre pessoas. Não, o Natal cristão manifesta a presença segura do Deus que caminha conosco, que nos alimenta da Sua palavra e com Seu corpo e sangue na Eucaristia”, afirmou o bispo diocesano de Piracicaba, Dom Devair Araújo da Fonseca, durante a santa missa de 5 de dezembro, 2º Domingo do Tempo do Advento, na Catedral de Piracicaba (assista à homilia completa abaixo).
Um exemplo de como a tendência de se falar de um “Natal sem Jesus” é uma realidade foi o recente documento interno da União Europeia que propunha suprimir as referências ao Natal e, portanto, a sua dimensão cristã. Sob o pretexto de uma linguagem mais “inclusiva”, sugeria a exclusão do “Natal” e o uso do termo genérico “festividades”. O documento já foi engavetado, mas foi alvo de crítica até do Papa Francisco, que chamou a tentativa de “um anacronismo” e a comparou a práticas de regimes ditatoriais (leia mais aqui).
Também durante a homilia do 2º Domingo do Advento, que é o tempo litúrgico que prepara para o Natal de Nosso Senhor, Dom Devair lembrou que é preciso rezar e pedir sempre discernimento. “Na segunda leitura (Fl 1,4-6.8-11), São Paulo rezava pela comunidade, para que tivesse discernimento e perseverança na fé. Nós também, ainda que acompanhados por Cristo, temos que rezar para que, em nosso caminho, as seduções e as distrações do mundo não nos afastem da vontade de Deus”, destacou o bispo de Piracicaba.
Antes, Dom Devair já havia ressaltado a importância de celebrar o Natal como parte da grande obra de salvação de Deus para a humanidade. Disse: “Ao celebrar o Natal, não podemos desliga-lo do evento da Páscoa. Porque é na Páscoa que o mistério do Natal se conclui de forma plena, quando o Filho de Deus se oferece na cruz, por causa dos nossos pecados, e nos abre definitivamente o caminho da salvação. Aquilo que começa na beleza do Natal, com as luzes que ascendemos, se conclui naquela sexta-feira, quando a escuridão toma conta de Jerusalém. Mas a escuridão não vence porque a luz ainda maior do Cristo brilha na manhã da Ressureição e, então, o Senhor manifesta Sua glória”.
Ao concluir a homilia, o bispo acrescentou: “Que celebrando assim o nosso Natal, a nossa vida seja cheia de luz. Iluminada, não pelas luzes artificiais, mas pela luz do Cristo. E que, iluminada pelo Cristo, também a nossa vida brilhe como sinal e testemunho da presença de Deus no meio de nós.”