O Bispo nomeado de Piracicaba, Dom Devair Araújo da Fonseca, foi o entrevistado da seção NOSSA GENTE do jornal diocesano Em Foco de dezembro. Ele tomará posse na Diocese de Piracicaba no dia 16 de janeiro de 2021, às 9h30, em Piracicaba, no Ginásio Municipal de Esportes “Waldemar Blatkauskas”. Dom Devair nasceu no dia 1 de fevereiro de 1968, na cidade de Franca (SP).
Em Foco - Dom Devair, é com grande estima e alegria que lhe entrevistamos nesta edição do periódico diocesano. Iniciemos esta entrevista pedindo que se apresente para os(as) diocesanos(as). Conte-nos um pouco de sua história e família.
Dom Devair - Antes do seminário considero que tive uma vida “normal”, com meus planos, estudos e trabalho. Tenho 52 anos e sou filho único. Estudei, trabalhei, e vivia o cotidiano de um jovem com projetos e planos de vida.
Como foi a experiência de trabalhar, estudar antes de ingressar no seminário diocesano em Franca?
Sim, eu trabalhei na indústria de calçados em Franca, o que é muito comum na cidade; ali foi meu primeiro emprego. Depois eu trabalhei numa instituição financeira, agência bancária, por quase três anos. Tinha objetivos a serem alcançados e projetos de uma pessoa comum.
O chamado para a vida sacerdotal se deu quando? E como foi essa mudança em seu projeto de vida?
Ao final do meu curso universitário, senti o chamado da parte de Deus e procurei a orientação vocacional, e no ano seguinte ingressei no seminário. Isso era em 1991, quando procurei uma orientação. Não tinha nenhuma participação na Igreja, diferente de alguns perfis vocacionais, que nascem de dentro da Igreja, porque já estão ali inseridos numa comunidade. E a mudança se dá exatamente ali, conhecer a Igreja, visto que não era engajado na comunidade. Em 1992 já estava entrando no Seminário Maior “Nossa Senhora do Patrocínio”, em Franca.
Eu não tive uma infância dentro da Igreja, nunca fui coroinha ou acólito, e não era de ir à missa. Minha vocação é uma vocação adulta; considero assim porque já tinha 23 anos quando nasceu aquilo que chamo de experiência de Deus mesmo, porque não era muito envolvido na comunidade em minha adolescência. Trabalhei um tempo na Igreja, me engajando na rotina de uma comunidade.
Me lembro bem a primeira vez que celebrei a Semana Santa na qual participei profundamente das celebrações, e foi maravilhoso; já havia participado de algumas celebrações, mas ao celebrar o conjunto de todas as celebrações foi uma experiência importante em minha vida. Esse caminho que se inicia no Domingo de Ramos, o Tríduo Pascal (Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa, e o Sábado Santo) e o Domingo da Ressurreição do Senhor na Páscoa, me marcou muito a partir daí.
Então não tem idade para se sentir chamado para o serviço da Igreja?
Eu acredito que não. Não há uma idade limite para se sentir chamado; é claro que precisamos discernir aquilo que é conveniente ou não. A partir de minha experiência eu vejo que o chamado de Deus é um chamado livre, e não há fórmula pronta, que tem um jeito. No seminário sempre me questionei a respeito disso, quando ouvia as outras experiências vocacionais dos seminaristas, que brincavam desde criança celebrando missa, ou que sentiam o desejo de ser padre desde sua infância na comunidade. No meu caso não foi assim, nunca senti isso na minha infância.
A vocação é um ato totalmente livre, não é posse nossa. O chamado de Deus é o encontro de duas vontades, a vontade de Deus que nos chama, e a nossa vontade de ir ao encontro e responder àquilo que Deus nos pede.
Após as ordenações diaconal e presbiteral, na Diocese de Franca, qual foi seu itinerário pastoral?
Fui ordenado diácono em agosto de 1998 e presbítero em dezembro (20/12/1998) do mesmo ano, na Paróquia São Sebastião. Após a ordenação fui designado como vigário paroquial para a Paróquia São Benedito. Era uma grande paróquia, e é nesse território que minha mãe mora ainda hoje. Era onde eu já morava; já tínhamos uma participação, embora eu participasse da paróquia São Sebastião, em Franca mesmo.
Em 1999 o então Bispo Diocesano de Franca, Dom Diógenes Silva Matthes, dividiu a paróquia e criou a Paróquia São Crispim, padroeiro dos sapateiros, e a paróquia ganha um referencial exatamente por isso, embora não se possua uma devoção muito forte, está numa cidade que vive da indústria de calçados. Ela fica numa área de periferia daquele município. Fui o primeiro pároco desta comunidade, mas antes mesmo que se completasse um ano à frente da paróquia o bispo me propôs ir a Roma para estudar.
Em 2000 fui para Roma, estudei Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, e permaneci lá por dois anos; retornei em 2003.
Fui nomeado reitor dos Seminários de Filosofia e Teologia, que na época era em Franca. Durante este período fui designado para ser vigário em algumas paróquias, visto que durante os finais de semana estaria livre das funções do seminário.
De 2004 a 2006 a Diocese de Franca fez um acordo com a Diocese de Jaboticabal. O Seminário Teológico foi transferido para Jaboticabal, para onde fui então transferido, e o Seminário Filosófico ficou em Franca.
Em 2007 fui designado como reitor da Filosofia e Teologia em Franca.
Fui vigário nas paróquias: São Benedito, Menino Jesus de Praga, Santana, e mais outras atividades semelhantes. Fui capelão do Carmelo.
Durante o período em que estive à frente do seminário, de 2003 a 2011, eu também atuei na promoção vocacional da diocese.
Em 2012 fui transferido para a Paróquia São José, em Orlândia, e fui então nomeado coordenador diocesano de pastoral, da escola de Teologia do diaconado permanente, membro do conselho de presbíteros e membro do colégio de consultores; ali fiquei até 2014, quando fui nomeado Bispo.
Fui professor durante todo esse período do Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto - CEARP, em Ribeirão Preto. Dei aula de Introdução à Teologia, História das Religiões e Catolicismo Popular.
Neste itinerário o sr. foi formador e reitor. Hoje, qual a importância do acompanhamento vocacional dos jovens?
É fundamental o acompanhamento dos jovens. A Igreja sempre se ocupa em acompanhar aqueles que aspiram à vida sacerdotal, e também para conhecer as motivações dos que chegam ao seminário, porque pode acontecer que a motivação seja uma forma de ascender como a um status; seria a verificação da sinceridade da vocação. Verificar ainda o equilíbrio psíquico e emocional dos vocacionados à vida sacerdotal, para não haver problemas futuros na vida do jovem e na Igreja. É um processo de acompanhamento.
É um conjunto que oferece elementos para conhecer e entender as condições de autenticidade da vocação, na certeza de que é Deus que chama, e é preciso esse discernimento. É necessário sempre saber disso; é Deus que chama, mas esse chamado passa pelo discernimento e confirmação da Igreja, que através dos reitores e do bispo, no final de um processo de acompanhamento de formação, se chega à uma ordenação sacerdotal. Pelo que vemos no mundo hoje se torna essencial esse acompanhamento sério das pessoas que são candidatos ao seminário e depois durante o processo formativo, porque não podemos brincar com a vida das pessoas, e muito menos podemos errar com a vida dos formandos. Mesmo quando se faz uma dispensa de um seminarista, que está nesse processo, temos de compreender que isso é feito pelo bem da pessoa, o que pode acontecer é não haver condições de levar adiante esse percurso formativo, pois haverá certamente dificuldades para viver o ministério sacerdotal. Por isso é sempre chamado de Deus e discernimento da Igreja.
Vocacionados, chamados por Cristo, convocados, os jovens ingressam no processo formativo. Como é acompanhar o florescer de uma vocação e fazer germinar esta semente no coração do jovem?
Acompanhar o florescer de uma vocação é algo muito bonito. Porque parte de algo que é muito simples, até ingênua eu diria. É uma experiência muito íntima, e na maioria das vezes é aquele sentimento “eu sinto um chamado de Deus”, então acompanhar esse sentimento é muito importante, mas é necessário o clima de verdade, porque o acompanhador tem de fazer quase que um pacto com a verdade, e dizer para a pessoa as coisas que devem ser ditas, um caminho que nem sempre é fácil, mas é algo muito bonito.
O sr. foi coordenador de Pastoral em sua diocese de origem, pároco, reitor e professor. Conte-nos um pouco como foi para o sr. ser escolhido para ser bispo da Igreja? Uma mudança e tanto. Como se deu esse novo chamado?
A nomeação para o episcopado foi realmente uma surpresa. Da minha diocese em tempos mais recentes um padre foi nomeado bispo, dom Angelo Pignoli, que foi meu reitor no seminário, ele tinha sido nomeado bispo de Quixadá; Franca não tinha muitos nomeados como outras dioceses.
Quando se deu a nomeação era uma segunda-feira e eu estava no CEARP, estávamos aplicando o exame “De Universa”, e eu vi que tinham algumas ligações em meu celular. O código era 61, de Brasília, e eu tinha até alguns conhecidos lá; mas como o número não estava registrado, vi que não era nenhum de meus conhecidos de lá, não retornei a ligação. Novamente me ligaram; era a secretária da Nunciatura; então ela transferiu a ligação para o Sr. Núncio que até conversou brevemente comigo, perguntando o que estava fazendo e onde estava, e se estava sozinho, e foi nesse momento que ele me deu a notícia que havia sido nomeado bispo e que seria bispo auxiliar na Arquidiocese de São Paulo. Duas surpresas para mim, ser bispo e ser bispo auxiliar em São Paulo. Eu não tinha relação alguma com São Paulo, e confesso que no dia até duvidei se era real aquilo que estava acontecendo. Eu acreditei mesmo no dia seguinte, quando o Núncio me ligou novamente dizendo que conversou com o Cardeal Dom Odilo Scherer, e que haviam marcado a data da publicação. Naquela noite não consegui dormir. Até o Núncio me perguntou isso, se eu havia conseguido dormir, e eu disse que de fato não havia dormido nada naquela noite. Dali para a frente vi que era uma situação séria e em 10 de dezembro de 2014 foi feito o anúncio de que eu havia sido nomeado bispo. Sou o primeiro bispo nascido na cidade de Franca. Dom Angelo não era nascido, mas era do clero de Franca. Até o dia da ordenação vivi dia a dia na expectativa.
Antes de ser nomeado pelo Papa Francisco como 6º bispo da Diocese de Piracicaba o sr. atuou como bispo auxiliar por quase seis anos da Arquidiocese de São Paulo, na Região Episcopal Brasilândia, região norte da cidade de São Paulo. Como é esta realidade de Pastoral Urbana que o sr. viveu na maior cidade da América Latina?
Quando fui nomeado para a Arquidiocese de São Paulo, como eu disse não tinha nenhum conhecimento da cidade de São Paulo. Chegar a esta realidade foi uma grande surpresa, porque não tinha muita ideia dessas realidades pastorais e das regiões pastorais da arquidiocese. Fui tendo contato com as realidades, e digo que era muito diferente daquela que havia experimentado em Franca. Fui muito feliz na região pastoral de Brasilândia, mesmo sem conhecer a realidade, mas disponível para realizar o serviço de pastoreio nesta região. Os compromissos e a presença foram intensos. Dificuldades encontramos em todo lugar, mas com a graça de Deus vamos em frente e tudo se encaminha.
Na Arquidiocese de São Paulo o sr. era também o responsável pelo Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação. Conte-nos um pouco desta experiência da Comunicação associada à Pastoral Urbana, temas tão atuais e necessários para a ação evangelizadora em nosso país.
Primeiro eu fui convidado para trabalhar na Comissão de Comunicação Nacional da CNBB, por dom Darci José Nicioli (Arcebispo de Diamantina), em 2016, quando aconteceu sua eleição para a comunicação. Comecei a trabalhar na comunicação, embora minha formação fosse na área da tecnologia e informática. Comecei até com um pouco de curiosidade nessa área de comunicação. Na Arquidiocese de São Paulo é bem interessante esse trabalho, porque aqui nós temos os maiores meios de comunicação do país: TVs, Jornais, Rádios, e isso é muito próximo de nós. Uma das coisas que eu fiz no início foi visitar os principais meios de comunicação da cidade com o secretário da pastoral de comunicação de São Paulo, e também visitar outras instituições fora da cidade de São Paulo para conhecer um pouco desta realidade.
A arquidiocese tem dois grandes meios de comunicação, a Rádio 9 de Julho e o Jornal O São Paulo, além do portal que é a comunicação institucional oficial. Foi uma experiência magnífica, porque tudo que acontece em São Paulo vira notícia, e muitas coisas que não acontecem acabam chegando até aqui; muitas vezes recebemos comunicados reclamações de outros estados do Brasil, fora da jurisdição da arquidiocese pelo e-mail institucional. É interessante perceber a expressão que São Paulo tem em nível nacional. Os meios de comunicação sempre fazem solicitação para entrevistas, para dar uma palavra e outras contribuições; assim fui me envolvendo com essa realidade e me interessando pelo tema.
Neste tempo de pandemia, os meios de comunicação, principalmente as mídias digitais, foram fundamentais para que a Igreja permanecesse próxima dos corações dos cristãos católicos. A Igreja Doméstica conectada é essencial. O que o sr. pensa deste movimento após a pandemia?
Durante a pandemia vimos a importância da comunicação. A Arquidiocese passa por um processo sinodal, que se iniciou em 2017, quando foi convocado. Celebramos o Sínodo em 2017, 2018 e 2019; ele deveria encerrar-se agora em 2020. E uma das coisas que percebemos através de um questionário aplicado na cidade de São Paulo foi a importância da comunicação e, ao mesmo tempo, o desconhecimento dos meios de comunicação da Arquidiocese. Com a pandemia, a comunicação, a Pastoral da Comunicação (Pascom) e os agentes desta pastoral se viram diante de uma nova realidade, quando as Igrejas não puderam mais realizar as celebrações presencialmente, e isso é algo que precisamos frisar muito, praticamente todas as paróquias da Arquidiocese começaram a realizar transmissões e, junto com essas transmissões também começaram a transmitir outros conteúdos além das missas. Os padres mesmos tiveram essa iniciativa de utilizarem as redes sociais para encontros, para falar com o seu povo, celebrando outros momentos além da Santa Missa, catequese. Criou-se uma proximidade e as pessoas começaram a acompanhar os canais das paróquias; é algo muito interessante.
Eu acho que a pandemia trouxe para nós esse conhecimento da importância do que são as redes sociais, e eu acredito que nós temos que continuar a incentivar isso; com a volta das celebrações presenciais não podemos desconsiderar a continuidade das transmissões, mas ter consciência que essas ferramentas ainda deverão ser bem utilizadas, principalmente como meios de evangelização.
Quando o sr. recebeu a notícia de que seria o 6º bispo da Diocese de Piracicaba? Como foi?
Nós tínhamos tido uma reunião dos bispos no período da manhã de uma segunda-feira. Cheguei em casa e eu tinha uma série de coisas para encaminhar e recebi um telefonema do encarregado da Nunciatura de que o Papa Francisco havia me transferido da Arquidiocese. E dentro de todo esse contexto que estamos vivendo, seja a pandemia ou atividades na Arquidiocese, sobretudo o Sínodo que está encerrando, nem passava pela minha cabeça algo assim; não nesse momento. Eu pedi um tempo para pensar; não para verificar se queria ou não, se eu gostaria ou não de onde estavam me designando, se era bom ou ruim, mas por deferência ao Cardeal, e o procurei para uma conversa e, na sexta-feira daquela mesma semana, eu liguei e dei minha resposta. Nunca disse não para um pedido da Igreja. No exercício da nossa função devemos ser obedientes, principalmente quando o pedido vem do sucessor de São Pedro, o Papa Francisco. Eu aceitei com muita alegria o convite, este chamado para ser o 6º Bispo Diocesano de Piracicaba.
Em sua carta ao clero e aos fiéis da Diocese de Piracicaba, o sr. inicia com a frase “Ele nos envia e aponta os caminhos” e cita o seu lema episcopal “Eleitos e Santos em Cristo”. Como o seu lema se refletirá na ação pastoral e no pastoreio de nossa diocese?
Olha, é uma coisa que muitos me perguntam: se eu já pesquisei sobre a diocese, quem são as pessoas, qual é a tradição... Bom, não é meu costume, assim como fiz em São Paulo, não fiz nenhuma pesquisa anterior a respeito da cidade. Eu chego, tenho meu jeito de ser e de fazer as coisas. Deus tem um propósito e um caminho, e nós precisamos fazer esse caminho e conhecer esse propósito. O caminho de Deus se entende caminhando, dia a dia, passo a passo; com o tempo se conhece a realidade. Alguns podem dizer do risco de errar. O erro é algo que pode acontecer, mas se erramos podemos voltar atrás; não é um problema. O que não pode é ficar planejando todas as coisas como se tudo fosse causa, ou resultado de nossa capacidade ou inteligência. A ação de Deus é sempre primeira; é Deus quem sempre toma a iniciativa, a prerrogativa. O protagonismo não é nosso, e não é dos leigos; o protagonismo é de Cristo; é de Deus. Na história, o protagonismo é de Deus e nós vamos respondendo à medida que as coisas acontecem.
Os fiéis sempre têm o desejo de conhecer o novo pastor. Sabemos que para a missa de posse certamente haverá restrições quanto à participação do povo de Deus. O sr. pensa em alguma estratégia durante os primeiros meses para encontros regionais? Ou ainda é muito cedo para isso?
Em primeiro lugar é pensar aquilo que deve ser feito. O primeiro passo é a posse canônica que vai acontecer dia 16 de janeiro, às 9h30, com local já definido: Ginásio Municipal de Esportes “Waldemar Blatkauskas”, certamente com a participação do povo de Deus, do clero, os padres de São Paulo e alguns amigos que certamente se farão presentes.
Depois disso, se faz necessário, claro, algo mais prático, organizar a estrutura, confirmar os cargos e funções; situações que precisam ser feitas com calma. Entre elas, conhecer a Diocese. Para se ter uma ideia, são 69 paróquias. Não é um número pequeno, são 15 municípios e estamos num período de pandemia, o que nos restringe um pouco as celebrações públicas, eventos ou encontros para conhecer as lideranças; isso faremos com muita calma. Quando cheguei em Brasilândia, por exemplo, dediquei os primeiros 40 dias para conhecer todas as paróquias; claro que não era uma visita longa, mas conheci um pouco de cada realidade. Dava para fazer visitas em algumas paróquias no mesmo dia. Reuni com os grupos de padres; almoçava ou tomava um lanche ali com eles. Eu penso que em Piracicaba deverá ser algo semelhante. Agora, considerando essa realidade da pandemia que está aí, é preciso um pouco de cautela. Certamente teremos tempo para organizar essas visitas. No momento é ter cuidado conosco e com todos, e chegando veremos as possibilidades que nos serão dadas para ir conhecendo a diocese.
Nossos entrevistados sempre deixam uma mensagem final. Qual mensagem o sr. gostaria de deixar aos nossos(as) leitores(as) neste momento?
Quero manifestar minha alegria em chegar a Piracicaba. Eu vou realmente com alegria. Para esta missão que me foi confiada da parte do Papa Francisco, eu vou com muita alegria mesmo. Venho para somar com aquilo que já foi realizado. Eu me torno 6º bispo de uma diocese que tem uma história, que tem cinco bispos anteriores, que já muito fizeram e trabalharam. Pelas coisas que vi, na visita que realizei há alguns dias, observei muita coisa boa: uma estrutura bonita e percebo realmente um esforço muito grande para realizar o trabalho. Chego para somar esforços naquilo que precisa ser realizado, e à medida do possível, vamos nos conhecendo mais. Reafirmo minha alegria em somar com vocês e fazer a vontade de Deus. Uma coisa que gosto sempre de repetir: nós precisamos ser felizes onde Deus nos quer, e onde nós gostaríamos de estar. Não onde imaginamos ser felizes, onde Deus me quer, e nesse tempo Deus me quer em Piracicaba. Assim como fui feliz na Brasilândia, a partir de janeiro quando eu estiver com vocês, espero contar com a ajuda, e a colaboração de todos, para que juntos caminhemos com a Igreja. Com esperança, com alegria e com fé, vamos continuar o trabalho de evangelização na Diocese de Piracicaba.
Foto da capa: Paulo Gomes