O diácono Robson Natis será ordenado presbítero no dia 9 de agosto, às 15h, durante missa solene na Sé Catedral Santo Antônio, em Piracicaba. A celebração terá transmissão por meio do canal da TV Oração no YouTube, youtube.com/TVOracão e na página da Paróquia Santo Antônio Catedral de no Facebook, facebook.com/catedraldepiracicaba.
Apresentamos a vocês o Diácono Robson Natis, natural da cidade de Rio Claro e futuro sacerdote da Diocese de Piracicaba. Foi ordenado diácono no dia 12 de janeiro de 2020 e, agora, no próximo dia 9 de agosto será ordenado presbítero da Diocese de Piracicaba.
Em Foco - Diácono Robson, conte-nos um pouco de sua família, onde nasceu e quem foram seus pais?
Diácono Robson - Sou natural da cidade de Rio Claro, pertencente a esta Diocese de Piracicaba. Nasci aos 16 de abril de 1981 e fui batizado aos 16 de agosto do mesmo ano. Meus pais são Luis Natis e Sueli Fátima de Godoy Natis, ambos já falecidos. Não tenho irmãos.
Como se deu o chamado de Deus em sua vida? Conte-nos de sua vocação.
Minha caminhada vocacional começou em minha infância. No período em que eu era adolescente, ingressei no grupo de acólitos de duas paróquias de Rio Claro, paróquia Bom Jesus e paróquia São João Batista, ambas vizinhas. Não demorou muito para eu começar a sentir grande amor pelo serviço à comunidade e ao altar. Também criei grande admiração pelos presbíteros e comecei a ter a vontade de me tornar um. Aos treze anos ingressei no aspirantado Salesiano, em Pindamonhangaba, permanecendo por dois anos.
Após esse período vocacional com os Salesianos, sabendo que o senhor é formado em Direito, como se deu esse ciclo em sua vida?
Após esse período, apesar de ter aparentemente deixado a caminhada vocacional, sempre tive latente o desejo de retomá-la, embora apresentasse grande relutância. Acredito que o longo período que permaneci afastado me serviu para amadurecer e repensar diversos aspectos de minha vida. Após alguns anos do término do ensino médio, ingressei no curso de Direito da Unimep, no Campus de Piracicaba. Durante o período que cursei a faculdade de Direito, também retomei com muita vontade a participação na comunidade paroquial, dessa vez na paróquia Santa Cruz e São Dimas, em Piracicaba, pois nesse período eu estava residindo em seu território. Percebi que o desejo de servir a Igreja e de me tornar um presbítero não havia desaparecido com o passar dos anos e que eu deveria me dar a chance de experimentar novamente a caminhada vocacional.
Após essa pausa, decidiu entrar novamente para o seminário e retomar seu caminho vocacional. Como foi entrar para seminário Diocesano de Piracicaba, depois de tanto tempo?
Ingressei no seminário diocesano de Piracicaba com mais de trinta anos, porém não considero a minha vocação como uma "vocação tardia", mas vejo, talvez, uma "coragem tardia" de realmente assumir um projeto de vida que exige renúncias e, para ser realmente bem desenvolvido, um amor incondicional pela missão que nos é proposta. O seminário é um período em que o candidato deve estar disposto a se deixar conduzir por um processo, no qual as qualidades devem ser trabalhadas em favor do futuro ministério, mas também deve estar disposto a modificar hábitos que, vindos com a própria pessoa, como é natural em todos, talvez não sejam convenientes ao futuro presbítero. Esse processo em que nos deixamos “melhorar”, às vezes, pode ser um pouco desgastante, principalmente quando já passamos dos trinta anos. Mas tudo vale a pena para quem ama a missão que quer abraçar.
Você tem um lema para sua ordenação presbiteral. Qual o porquê da escolha deste lema?
Como já disse, alguns fatos e acontecimentos na vida das pessoas podem ser bastante desgastantes, e comigo não foi diferente. Tive que enfrentar alguns desafios que, em algum momento, quase me fizeram desistir do trajeto vocacional. Dois fatos também me marcaram demais: o falecimento de meu pai e, não muito tempo depois, também o falecimento de minha mãe.
Após a perda de minha mãe, esta era a frase que mais me vinha à mente: “Em tudo dai graças a Deus” (1Ts 5,18a). Fazer ação de graças a Deus, mesmo nos desafios, significa viver “Eucaristicamente”, pois Eucaristia também é ação de graças. Quem perde a capacidade de dar graças vive uma vida egoísta, amargurada, fechada nos seus próprios problemas, como se apenas eles, os problemas, existissem. Acredito que escolher um lema, principalmente o de ordenação, é querer ter a vida toda lembrando de algo, enquanto propósito de vida.
Como está sendo a expectativa para este momento de ordenação, principalmente, porque estamos num contexto de pandemia há cinco meses e a sua ordenação será a primeira de nossa diocese a ser transmitida ao vivo?
A ordenação não vai ocorrer do jeito que eu desejava que fosse. Mesmo sendo transmitida, ao vivo, pessoas queridas que marcaram a minha história e a minha trajetória vocacional talvez não possam participar. Terei também algumas restrições no rito. O que me consola é acreditar que, após a ordenação, se Deus me permitir, terei tempo para celebrar com todos e dividir esta alegria, principalmente ao realizar os sacramentos e viver a palavra de Deus em minha vida, em favor do povo de Deus. Após o rito, o sacramento da ordem no ministério presbiteral perdura a vida toda. Já tenho a graça de viver o sacramento da ordem no ministério diaconal, pois ganhei um tempo extra, visto que a data original para a ordenação seria 3 de maio. Então, não foi perdido. Fiz uma ótima experiência e incentivo aos irmãos que estão se preparando para o diaconato permanente a querer viver, com intensidade, esta missão de servir. Também aos diáconos de nossa diocese, digo que vale a pena o amor a esse ministério. Tenho a certeza de que o presbiterado me apresentará outros desafios e o primeiro já encontrei antes da ordenação, por causa da pandemia.