Toda a humanidade vivencia, atualmente, um momento incerto, dramático e, talvez, propício a grandes mudanças, nos mais variados aspectos e esferas, para que possamos retomar a vida: um vírus (COVID-19 ou coronavírus) mudou a rotina do mundo inteiro. O mundo parou. E, em meio a esta pandemia, as Igrejas, em quase todo o mundo, celebraram o momento central da fé católica: a Semana Santa. O povo de Deus só pôde acompanhar as celebrações on-line. Pela primeira vez na história, foi a única forma de se acompanhar a Semana Maior, na qual celebramos a memória da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Os meios de comunicação social são na vida e ação pastoral da Igreja mecanismos de informação e formação, proximidade e relação e isto se aplica também a sua função social. Nos últimos anos, com o avanço da internet e o surgimento das redes sociais, passamos do uso técnico para uma existência midiática, ou seja, uma presença humana nos meios e pelos meios de comunicação, através dos quais o ser humano se projeta no “novo areópago existencial”, como já profetizava São João Paulo II.
Tendo em vista os atuais avanços da projeção humana, através das redes sociais, que reforçam a vocação humana de comunicar-se e tendo em vista o atual momento que a humanidade está vivendo de enfrentar um vírus, que obriga cidades inteiras a viverem quarentena, um isolamento social indispensável, atingindo também nossas Igrejas, que não podem realizar celebrações com o povo de Deus, evitando todo tipo de aglomeração de pessoas para não aumentar o risco de proliferação da COVID-19, as paróquias se veem diante de um novo desafio, para muitos, ainda, uma experiência inédita: transmitir ao vivo as celebrações paroquiais, através das redes sociais.
As transmissões paroquiais ganharam uma enorme visibilidade para muitas comunidades, estando, também, ao alcance das pessoas que vivem em outros países, o que, de certo modo, personaliza a participação dos fiéis, através dos meios de comunicação. Por mais que tenhamos muitos canais televisivos para transmitir as missas, a celebração transmitida diretamente da comunidade local tem um valor afetivo muito maior. Esta é a experiência narrada através das redes sociais.
Testemunho do Júnior Caroni, responsável pelas transmissões da TV Oração, de Rio Claro – SP: “Vivemos em uma sociedade em que, de uma forma ou de outra, as pessoas têm acesso às mídias para se comunicar, divulgar notícias, se interagir com o mundo. E por que não levar a palavra de Deus a tantos que necessitam?
O fato das pessoas terem que se isolar em casa e não poderem estar presentes nas igrejas para participar das celebrações levou a uma sede de se alimentarem da Palavra de Deus e também da Eucaristia, gerando um aumento na busca de palavras de fé, conforto e devoção. Visto que as aglomerações não são possíveis, devido à propagação do vírus, sentiu-se a necessidade de procurar de outra forma estar em comunhão com a igreja.
A igreja católica, fazendo presença nas redes sociais, ganhou uma enorme força. É o que podemos observar com o aumento de comunidades que passaram a fazer as transmissões das missas, momentos de orações, momentos marianos e muitos outros, fazendo com que os fiéis não perdessem a fé em Deus, mas sim aumentasse ainda mais a vontade de ver o fim deste isolamento, para poder participarem juntos desses momentos de fé”.