Em Foco

Cristo ontem, hoje e sempre

Novembro/ 2019 - Edição 136 - Ano XIII

Indulgências na intenção dos fiéis defuntos

Indulgência (do latim indulgentia, que provém de indulgeo, "para ser gentil") é a remissão, total ou parcial, da pena temporal devida para a justiça de Deus, pelos pecados que foram perdoados, ou seja, do mal causado como consequência do pecado já perdoado, através da confissão sacramental.

Ela é concedida pela Igreja no exercício do poder das chaves, por meio da aplicação dos superabundantes méritos de Cristo e dos santos, por algum motivo justo e razoável. No sacramento da Penitência a culpa do pecado é removida e, com ela, o castigo eterno devido aos pecados mortais. Porém, ainda permanece a pena temporal, exigida pela Justiça Divina, e essa exigência deve ser cumprida na vida presente ou no Purgatório.

Para a doutrina católica, as indulgências são concedidas para reparo do mal causado como consequência do pecado, através de boas obras, sendo que o pecado já foi perdoado pelo Sacramento da Confissão. As Indulgências removem algumas ou todas essas penalidades devidas pelos pecados e podem ser feitas em favor de si mesmo ou dos falecidos que se purificam no Purgatório.

Visitar uma igreja nos dias 1º e 2 de novembro concede Indulgência Plenária, aplicável apenas aos fiéis falecidos. Nesta visita, é sugerido que se reze o Símbolo dos Apóstolos e a Oração Dominical (Creio e Pai Nosso). Esta Indulgência também pode ser obtida até o dia 08 de novembro, com a piedosa visita ao Cemitério, nas mesmas condições. O perdão total da pena temporal é a chamada Indulgência Plenária; as demais são Indulgências Parciais.

É conveniente que a Confissão Sacramental e, em especial, a Comunhão e a oração pelas intenções do Papa sejam feitas no mesmo dia em que se cumpre a obra indulgenciada, mas é suficiente que a Confissão se faça dentro de 20 dias, antes ou depois do ato indulgenciado. A oração na intenção do Papa é deixada à escolha do fiel, mas sugere-se um "Pai Nosso" e uma "Ave Maria", podendo ser também outras preces motivadas pela piedade do fiel.

Para diversas Indulgências Plenárias é suficiente uma Confissão Sacramental, mas requerem-se, para cada uma delas, a Sagrada Comunhão e uma prece na intenção do Santo Padre. Pode-se ganhar apenas uma Indulgência Plenária por dia. Nesta circunstância é muito oportuno recordar o ensinamento do Papa São Paulo VI quando esclarece que: “Indulgências não podem ser adquiridas sem uma sincera conversão de perspectivas e de unidade com Deus”.


Pe. José Eduardo Sesso,
presbítero da Diocese de Piracicaba
 

 

Pastoral da Esperança

A Pastoral da Esperança nasceu na Diocese de Piracicaba, em atenção às palavras do Papa Francisco na Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Amoris Lætitia”, que disse: “às vezes, a vida familiar vê-se desafiada pela morte de um ente querido. Não podemos deixar de oferecer a luz da fé para acompanhar as famílias que sofrem em tais momentos. Abandonar uma família atribulada por uma morte seria uma falta de misericórdia, seria perder uma oportunidade pastoral e tal atitude pode fechar-nos as portas para qualquer eventual ação evangelizadora” (AL, nº 253).

A missão principal da Pastoral da Esperança é “evangelizar, sendo presença misericordiosa junto às famílias enlutadas, levando a mensagem salvífica de Cristo, testemunhando a compaixão humana e solidária no anúncio de Cristo Ressuscitado, nossa Esperança”. Seu trabalho, na Igreja Católica, realiza-se em favor daquelas famílias enlutadas que perderam seus entes queridos, com o objetivo de confortá-las espiritualmente, assistindo-as nos velórios e, até mesmo, realizando encontros de oração em suas residências, nos dias subsequentes ao sepultamento, utilizando muitas vezes o subsídio proposto pela equipe diocesana (“Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá”), o qual foi editado pelo Regional Sul-2 da CNBB.

Na prática, as equipes paroquiais da Pastoral da Esperança ajudam o pároco na evangelização das famílias enlutadas, especialmente por ocasião da celebração das exéquias, na assessoria das equipes de liturgia e celebração para a dinamização das Missas de 7º dia e para o dia de Finados (02 de novembro) e, onde se torna possível, oferecem às famílias enlutadas, nos dias subsequentes ao sepultamento, a oportunidade de realizar, em suas casas, os chamados “encontros de luz”, com orações pelo ente querido falecido e para a consolação dessas famílias enlutadas, reafirmando a fé pascal em Cristo e a esperança ressurreição: «Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá» (Jo 11,25-26a).

A Equipe da Pastoral da Esperança da Diocese de Piracicaba se coloca à disposição dos párocos e grupos para assessorar, nas regiões pastorais, na criação e formação dessas equipes paroquiais da Pastoral da Esperança, oferecendo-lhes um módulo inicial de exposição sobre os objetivos da Pastoral da Esperança e, depois, um segundo sobre as exéquias cristãs. A equipe diocesana ainda não tem o levantamento das paróquias que já implantaram esta Pastoral, mas, como um bom exemplo, recordamos a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Capivari/SP, que já a adotou e os resultados são animadores. Lá, a equipe ajuda nas exéquias, nas missas de 7º dia e realiza os “encontros de luz” nas casas das famílias enlutadas, obtendo bons resultados na evangelização e, em muitos casos, fazendo com que católicos que se afastaram, retornem à Igreja.


Diác. Edgard de Oliveira Batista
Animador Diocesano da Pastoral da Esperança

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