O Sínodo reconhece que “a variedade de vocações, carismas e ministérios tem uma raiz: ‘todos nós fomos batizados por um só Espírito em um só corpo’ (1Co 12:13). O batismo é o fundamento da vida cristã porque introduz todos no maior dom: ser filhos de Deus, ou seja, participantes da relação de Jesus com o Pai no Espírito. Não há nada mais elevado do que essa dignidade, igualmente dada a cada pessoa, que nos faz revestir-nos de Cristo e sermos enxertados Nele como ramos na videira. No nome ‘cristão’ que temos a honra de carregar está contida a gr aça que fundamenta nossa vida e nos faz caminhar juntos como irmãos e irmãs” (nº 21).
Os participantes do Sínodo afirmam que “todos os crentes possuem um instinto para a verdade do Evangelho, chamado sensus fidei. Consiste em uma certa conaturalidade com as realidades divinas, baseada no fato de que, no Espírito Santo, os batizados ‘são feitos participantes da natureza divina’ (DV 2) ... ... É por isso que a Igreja está certa de que o santo Povo de Deus não pode errar na fé quando a totalidade dos batizados expressa sua concordância universal em matéria de fé e de moral (cf. LG 12). O exercício do sensus fidei não deve ser confundido com a opinião pública” (nº 22).
É através do batismo que “todos os cristãos participam do sensus fidei. Portanto, ele não é apenas o princípio da sinodalidade, mas também o fundamento do ecumenismo ... O ecumenismo é, antes de tudo, uma questão de renovação espiritual. Ele exige processos de arrependimento e cura da memória das feridas do passado, até a coragem da correção fraterna em um espírito de caridade evangélica ... Em não poucas regiões do mundo, existe, acima de tudo, o ecumenismo do sangue: cristãos de diferentes filiações que, juntos, são s uas vidas pela fé em Jesus Cristo. O testemunho de seu martírio é mais eloquente do que qualquer palavra...” (nº 23).
O sacramento da Confirmação “enriquece a vida dos fiéis como uma particular efusão do Espírito em vista do testemunho. O Espírito do qual Jesus foi cheio (cf. Lc 4,1), que o ungiu e o enviou para anunciar o Evangelho (cf. Lc 4,18) é o mesmo que é derramado sobre os fiéis como selo de pertença a Deus e como unção que santifica. É por isso que a Confirmação, que torna a graça de Pentecoste presente na vida da pessoa batizada e da comunidade, é um dom de grande valor para renovar o prodígio de uma Igreja movida pelo fogo da missão, que tem a coragem de sair pelos caminhos do mundo e a capacidade de se fazer entender...” (nº 25).
A celebração da Eucaristia “é a primeira e fundamental maneira pela qual o Santo Povo de Deus se reúne e se encontra ... É por isso que a Igreja, Corpo de Cristo, aprende com a Eucaristia a articular unidade e pluralidade: unidade da Igreja e multiplicidade de assembleia eucarísticas; unidade do mistério sacramental e variedade de tradições litúrgicas; unidade da celebração e diversidade de vocações, carismas e ministérios. Nada mostra mais do que a Eucaristia que a harmonia criada pelo Espírito não é uniformidade e que todo dom eclesial é destinado &agr ave; edificação comum” (nº 26).
Os membros do Sínodo declaram que as assembleias sinodais “são eventos que celebram a união de Cristo com Sua Igreja apor meio da ação do Espírito. É Ele quem garante a unidade do Corpo eclesial de Cristo na assembleia eucarística e na assembleia sinodal. A liturgia é uma escuta da Palavra de Deus e uma resposta à Sua iniciativa de aliança. A assembleia sinodal também é uma escuta da mesma Palavra, que ressoa tanto nos sinais dos tempos quanto no coração dos fiéis, e uma resposta da assembleia discernindo a vontade de Deus para colocá-la em prática” (nº 27).
Pe. Antônio Carlos D´Elboux – acdelboux@uol.com.br
Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Saltinho - SP