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Ano Missionário (1): O formato da missão

Publicado em 15 de fevereiro de 2023 - 16:29:55

A missão não é apenas uma ação de proselitismo ou uma ação pontual e programada da Igreja, realizada num tempo e lugar. A missão faz parte da natureza da Igreja, porque ela é consequência do mistério da encarnação e do mandato de Cristo. Quando Jesus assumiu a natureza humana, ele tomou sobre si a nossa fragilidade. Saindo de junto do Pai, Jesus veio para nos readmitir na comunhão de vida com Deus. Por isso, quando encerrou seu tempo, Jesus enviou o Espírito para que a missão continuasse com os Apóstolos e com a Igreja.

Os discípulos partiram da Galileia, como que retomando o caminho de Jesus, e à medida que os discípulos foram se espalhando, foram nascendo comunidades. Onde havia um discípulo de Jesus que testemunhava sua fé, ali nascia um sinal do Reino que atraia outros ao seguimento do Senhor. Os primeiros cristãos não temiam a rejeição nem o martírio e o sangue dos mártires se tornava semente de novos cristãos. A propagação da fé se dava por atração e como consequência do testemunho.

A força missionária impregnou de tal forma a consciência eclesial que, durante séculos, surgiram homens e mulheres que fundaram institutos ou congregações com carisma missionário. Há um grande número de santos e santas que foram missionários em terras estrangeiras ou nas suas realidades locais. O Concílio Vaticano II buscou reavivar esse espírito missionário na Igreja, partindo da necessidade de renovar o diálogo com o homem de hoje. A missão precisa avançar, encontrar novos caminhos para evangelizar, partilhando as alegrias e as dores do homem de hoje e tendo em vista os grandes desafios da atualidade. Neste ponto, precisamos fazer uma distinção entre os dois formatos da missão.

O primeiro formato da missão é aquele que aparece como uma difusão da fé, isto é, a missão ad gentes, aquela em que o missionário sai do seu lugar geográfico e vai a outros lugares. Muitas ordens religiosas foram fundadas exatamente para cumprir esse papel. Temos ainda exemplos de santos como São Paulo ou São Francisco Xavier, que saíram para terras distantes e evangelizaram os gentios ou pagãos. Esse formato de missão não está esgotado, pois ainda que o Evangelho já tenha chegado a todos os continentes, ainda existem espaços e lugares para a sua pregação e o anúncio do Reino.

O outro formato da missão é aquele que acontece num lugar que já foi evangelizado, onde já está presente a Igreja. Nesse caso, a missão se destina a uma revitalização da fé dos batizados e a busca daqueles que no momento estão afastados. Na missão local, é importante o despertar da consciência missionária dos ministros ordenados e dos leigos diretamente envolvidos na ação e nos serviços pastorais, para que através do seu testemunho e do seu compromisso brilhe a beleza e a alegria do Evangelho.

Os dois formatos não são opostos, mas complementares. Uma comunidade que recebeu a graça do Evangelho e não gera missionários para levar aos outros a Palavra de Deus, é estéril. De outro lado, uma comunidade que não se ocupa nem se preocupa em cuidar dos seus membros, das suas necessidades, das suas dores e feridas, é uma comunidade doente e que caminha para a morte. A ação missionária ad gentes, para fora, não dispensa a missão local, ao contrário, exige esse trabalho. Por isso, é importante refletir se nossas comunidades são vivas e fecundas ou se estão se tornado estruturas envelhecidas e vazias.

 

Dom Devair Araújo da Fonseca
Bispo da Diocese de Piracicaba

 

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